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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13,36-43)

Naquele tempo, Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

Celebramos hoje a Memória de um grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, que, entre todos os Doutores, é o que nos recorda o ensinamento moral.

Aqui nós vemos a realidade sublime da moralidade cristã. Enquanto outras religiões desprezam totalmente a moral — pois basta ter uma “obediência ritual”: tão somente praticar alguns ritos —, o cristianismo enxerga aquilo que é a grande verdade. Realmente, o culto que nós podemos prestar a Deus deve partir do coração, ou seja, da nossa alma, que, consciente e livre, que pode se entregar a Deus.

Pois bem, é desta realidade do coração, que Deus veio preparando desde o Antigo Testamento e que Nosso Senhor Jesus Cristo redimiu, libertou e elevou, que parte a nossa entrega total a Deus. Mas não é possível nós nos entregarmos a Deus sem antes sermos obedientes.

É um pouco como a educação de uma criança. Quando se vai educar uma criança, um filho ou uma filha de três, quatro anos de idade, inicialmente o que se impõe àquela criança? Impõe-se uma disciplina. A criança quer fazer uma coisa, e você diz que não; ela pergunta por que não, e você diz: “Porque não, ponto e acabou. Obedeça”.

Depois, no processo educativo, a criança vai-se dando conta de que aquilo que recebeu dos seus pais, aquela lei externa, é razoável. Ela é inteligente e vê ali uma verdade. Então há o processo de interiorização. Isso que eu estou apresentando é o processo básico de educação de um ser humano.

Pois bem, Deus, espiritual e religiosamente, fez isso conosco. Primeiro, Ele preparou um povo disciplinando-o e dando-lhe a Lei. Mas o que Deus queria mesmo é que as pessoas fossem introjetando a Lei, que fossem realmente se livrando daquela cegueira de Adão e Eva, enxergando por que Deus nos diz o que é o bem e o que é o mal, e servindo a Deus com alegria.

Acontece que, por causa dos nossos pecados e misérias, nosso coração precisava da ajuda da graça. Nosso Senhor Jesus Cristo, com o Espírito Santo, nos deu a nova Lei para seguirmos a moralidade que Deus tinha já começado a nos ensinar no Antigo Testamento, e, auxiliados pela graça, podermos seguir a santidade.

Por que estou explicando tudo isso? Porque Santo Afonso Maria de Ligório é o Doutor da Igreja que pegou todo o tesouro moral que Deus começou a preparar no Antigo Testamento, ao revelar, confirmar e tornar sólidos e claros os Mandamentos de Deus que estão escritos no ser das coisas, e começou a mostrar como não é possível desobedecer a esses Mandamentos, ou seja, que é necessário que os confessores e os educadores espirituais realmente conduzam as pessoas para a obediência, mas para uma obediência não simplesmente servil. É claro, como em todo processo educacional, começa-se de forma meio superficial. Mas, com o tempo, trata-se de levar as pessoas a enxergar interiormente por que o mal é mal e por que o bem é bem.

Nesse sentido, Santo Afonso é Doutor, porque nos ajuda, com o ministério da sua pregação evangélica, a enxergar a bondade de Deus quando Deus nos dá uma lei. Então, nós podemos servir a Deus e obedecer aos Mandamentos com gratidão, iluminados e ajudados por esse Doutor.

Por isso, no processo de educação, ou seja, no processo de santificação pelo qual Deus quer nos conduzir, pode ser que você comece obedecendo “cegamente”. Confie, obedeça, faça o que Deus está lhe pedindo. Mas, iluminados pelos santos Doutores, nós vamos também, com a ajuda da graça, enxergando e nos tornando homens e mulheres livres para amar. Por quê? Porque, quando enxergamos o porquê da Lei, isso nos liberta, e assim podemos voar com asas de águia.

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