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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 5, 33-39)

Naquele tempo, os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”.
Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor”.

No Evangelho de hoje, vemos um contraste exposto por Jesus entre o Antigo e o Novo Testamento.

Os fariseus e os mestres da Lei começam a acusar Jesus e os seus discípulos, dizendo que eles comiam e bebiam ao invés de rezar e jejuar com frequência, como faziam os discípulos de João. Então, Cristo responde: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles?”, chamando a si mesmo de “Esposo”, aquele que se une às nossas almas. 

É aqui que vemos a diferença. No Antigo Testamento, Deus estava preparando o seu povo para a vinda de Cristo e, de repente, Ele escolheu um povo com o qual fez uma aliança. Desse modo, a partir da circuncisão, cada israelita, descendente de Abraão, comprometia-se a seguir a Lei com o derramamento do próprio sangue. Era um pacto que acontecia inclusive com os prosélitos, ou seja, pessoas que não eram descendentes de Abraão, mas que foram persuadidas a fazer a circuncisão e, a partir dela, obrigadas a seguir a Lei. 

No entanto, embora a graça de Deus sempre estivesse com o seu povo, ela ainda não alcançara a eficácia completa por causa da dureza do coração das pessoas. É o que nós vemos no livro do Apocalipse, que fala que os salvos dentre as tribos de Jacó foram somente 144 mil, ou seja, um número simbólico, mas reduzido, dos justos e santos do Antigo Testamento, enquanto no Novo Testamento os que foram salvos são uma multidão que não se consegue contar.

E onde está a diferença? A diferença está no fato de que, com Jesus, a graça de Deus começou a operar no coração do homem de uma outra maneira. Unindo-se a Ele como a esposa se une ao esposo, recebemos de Deus uma graça superior, que no Antigo Testamento era só uma promessa, mas que se realizou verdadeiramente na história da humanidade: a santidade.

No Evangelho, é dito que os santos jejuam e fazem orações com frequência, mas essa realidade no Novo Testamento é bem diferente daquela do Antigo. Materialmente, é a mesma coisa; trata-se de penitências. Mas acontece algo diferente: Jesus nos convida a nos unirmos a Ele, pois, a partir do Novo Testamento, pelo Batismo, uma semente da caridade divina é plantada em nossos corações. Assim, dentro de nós, surge uma graça interna que nos torna capazes  de amar a Deus, se houver cooperação de nossa parte. 

Enquanto no Antigo Testamento o povo de Israel caía na idolatria, arrependia-se e voltava para Deus repetidas vezes, aparentemente sem progredir; no Novo Testamento, temos a realização de uma promessa: “Dar-vos-ei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne” (Ez 36, 26). 

Essa realidade acontece no Batismo. Todos nós temos um coração novo dentro de nós e, apesar de toda desordem que há dentro dele, saibamos: a graça de Cristo está conosco, fazendo com que tenhamos recebido muito mais do que os israelitas do Antigo Testamento receberam.

Portanto, se atendermos ao nosso chamado à santidade, levando uma vida de oração, Confissão e Comunhão, cresceremos cada vez mais na caridade e na configuração a Jesus Cristo. Assim, estaremos preparados para o banquete nupcial que virá do Céu.

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