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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 3, 1-6)

Naquele tempo, Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram.

Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada.

Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

A leitura de ontem da Epístola aos Hebreus concluía-se com uma frase de todos conhecida: Cristo “foi por Deus proclamado sumo sacerdote na ordem de Melquisedec” (Hb 5, 10), e repetida hoje no Sl 109: “Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!” Agora, a texto sagrado dá prosseguimento a essa ideia e explica com mais detalhe por que o sacerdócio de Jesus pertence à ordem de Melquisedec. Esse explicação se faz necessária porque Jesus, não sendo da tribo de Levi, não poderia ser da linhagem sacerdotal instituída em Israel. De fato, as próprias genealogias de Cristo presentes nos evangelhos de Mateus e Lucas dão constância de que Ele, cumprimento das profecias, descendia da casa real de Davi, isto é, pertencia à tribo de Judá: logo, poderia, sim, ser considerado Rei aos olhos de um judeu, mas não sacerdote. Com que direito, então, o autor da Epístola chama a Jesus Sumo Sacerdote? A resposta do hagiógrafo consiste em elevar o sacerdócio de Cristo acima do sacerdócio levítico: este é uma instituição da antiga Lei, vinculada à sucessão hereditária e à preservação da linhagem levítica; o sacerdócio de Cristo, por sua vez, é único, irrepetível e eterno, e por essas características singulares só podia ser figurado tipologicamente por Melquisedec, a misteriosa personagem que aparece uma só vez em toda a Bíblia (cf. Gn 14, 18), quando da vitória de Abraão na batalha de Sidim. Ao associar o sacerdócio de Cristo ao de Melquisedec, o autor sagrado afirma que, assim como este era “rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo” (v. 1), também o primeiro podia ser ao mesmo tempo Rei e Sumo Sacerdote; e assim como Melquisedec é apresentado nas Escrituras sem nenhuma referência além do seu ofício (v. 3: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem início de dias, nem fim de vida”), assim também Cristo detém um sacerdócio sem limites de tempo e de espaço, independente de instituições humanas perecíveis e passageiras, pois foi Deus mesmo quem o proclamou Sumo Sacerdote, para interceder continuamente a nosso favor junto do trono celeste. Que a Ele recorramos com confiança todos os dias, pois Ele entrou por nós no Tabernáculo eterno a fim de nos deixar preparada uma morada de glória imperecível.

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