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São José, mestre da fé

No tempo da Quaresma, ensina-nos a Igreja a virtude da fé, e é por isso que todos os anos, bem no meio dos rigores da penitência, ela rompe o silêncio da liturgia quaresmal para cantar as glórias do Patriarca São José.

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 29-32)

Naquele tempo, quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão. No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

Os três tempos fortes do ano litúrgico, o Advento, a Quaresma e a Páscoa, são como três bancos de escola em que a Igreja nos quer ensinar as três virtudes sobre as quais se ergue todo o edifício da vida cristã. No Advento, ensina-nos a Igreja a virtude da esperança, e é por isso que nos dá como companheiras de espera a Virgem SS. e o bem-aventurado Zacarias; na Páscoa, ensina-nos a virtude da caridade, exemplificada na alegria dos Apóstolos ao ouvirem a notícia: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente”; na Quaresma, ensina-nos a virtude da , e é por isso que todos os anos, bem no meio dos rigores da penitência, ela canta as glórias de S. José. Mas o que tem o santo Patriarca a ver com a fé, e a fé com a Quaresma? Vê a Igreja um modelo de fé em S. José, porque foi esta a virtude, das tantas que lhe ornavam a alma, em que ele mais se sobressaiu. Esteve S. José cerca de trinta anos vivendo sob o mesmo teto com o Verbo encarnado. Foi ele que O alimentou; foi ele que O vestiu; foi ele que Lhe ensinou a falar e a ler as Escrituras; foi ele que O educou no ofício de carpinteiro; foi ele, enfim, que O tratou e amou como a um filho até a idade adulta, resguardando de olhares suspeitosos a honestidade da sempre Virgem Maria. Mas nada disso teria bastado para fazer de José o santo que, primeiro que todos, nós hoje veneramos se lhe houvesse faltado a virtude da fé. Porque era somente a fé que, naqueles abraços e beijos, naquele silêncio e discrição, naqueles cuidados e trabalhos em que ele tanto suava e se esmerava por amor a Cristo e a Maria, lhe permitia ver por entre as aparências de uma vida ordinária os dons invisíveis que Deus pusera sob a sua responsabilidade. Em Jesus, menino e adolescente, adorava ele a um Deus feito homem; em Maria, mulher simples e pobre, honrava ele a Rainha do céu e da terra. Foi grande, pois, a fé de S. José, não por ter visto durante anos esses dois grandes amores, mas por ter visto o que neles não podiam ver olhos humanos. A fé, no entanto, que tem a ver com a Quaresma? Estão esta virtude e este tempo muito unidos, porque a Quaresma, sendo tempo de purificação, é tempo de purificar a virtude que dela mais precisa. Não tinha a Virgem SS. necessidade de purificar sua fé, mas nem por isso deixou de sacrificá-la no tempo da Paixão. Tampouco tinha José por que purificar sua fé, mas nem por isso deixou de ser provado no tempo da Anunciação. Mas os discípulos, sim, precisavam purificá-la, e foi para isso que, no tempo da Páscoa, lhes apareceu tantas vezes o Senhor ressuscitado, isto é, para que ressuscitasse a uma vida nova a fé que eles deixaram sepultada sob o medo e o desalento. E para que a nossa fé se purifique neste tempo de Quaresma das impurezas com que ainda a temos misturada, meditemos e procuremos imitar a fé tão obediente, tão silenciosa e tão viril de S. José, sob cujo patrocínio esperamos sair muito bem instruídos desta escola quaresmal que a Igreja mais uma vez nos propõe.

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