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Um intercessor luminoso em tempos obscuros

Advogado de exímia formação, Santo Afonso desenvolveu um sistema de teologia moral que, mantendo-se fiel ao espírito do Evangelho e à prática da Igreja, tem a vantagem de evitar dois extremos: o rigorismo e o laxismo.

Texto do episódio
542

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 54-58)

Naquele tempo, dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

Com grande alegria, celebramos hoje a memória de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Igreja, e Padroeiro dos teólogos estudiosos da moral católica. 

Santo Afonso era um advogado genial de grande fé católica, retidão, inteligência humana e competência jurídica, de tal forma que ele nunca perdia nenhum caso. Contudo, uma vez ele cometeu um erro e perdeu um caso na Corte. Foi nesse momento que ele decidiu deixar a advocacia e partir para uma outra vida: a religiosa. 

O que levou Santo Afonso a mudar da advocacia para a teologia moral foi um simples erro processual, com o qual ele percebeu que, se havia errado em um julgamento humano que tinha consequências apenas neste mundo, imagina se, no julgamento da sua consciência, ele tomasse uma decisão errada que o fizesse pensar que ele estaria em estado de graça, quando na verdade ele estava em pecado mortal? Um erro tremendo e horroroso que traria consequências danosas e eternas! 

Então, Santo Afonso encontrou os dois grandes abismos da teologia moral. O primeiro abismo é o dos teólogos laxos, que pensam: “Nada é pecado! Basta que a opinião de um manual seja provável. Mesmo que todos os outros sejam contra, se houver um que apoia a minha decisão, então estou justificado”. Já o segundo abismo, dos teólogos rigoristas, diz exatamente o contrário: “Se 99,9% dos manuais dizem que você não pecou, mas existe um que afirma que seu ato foi um pecado, então você errou”. 

Vendo, portanto, que os dois grandes problemas dos probabilistas e dos tucioristas, ou seja, dos laxos e dos rigoristas, deveriam ser evitados, Santo Afonso meditou,  estudou a consciência humana e chegou a conclusão de que precisávamos seguir aquilo que é o caminho da maior parte dos doutores seguros: a Tradição da Igreja, ensinada não somente pelos teólogos medievais, mas também pelos Santos Padres e, claro, pela Sagrada Escritura. Desse modo, ao fazer essa escolha, Santo Afonso foi e continua sendo um farol para a Igreja até hoje, de modo que foi reconhecido como Doutor da Igreja. 

Infelizmente, vivemos em uma época em que caímos no laxismo absoluto. Não se chega nem mesmo a procurar uma posição probabilista. Já se decreta que nada mais é pecado. Como diz o Papa Pio XII: “O grande problema do mundo moderno é ter perdido a noção de pecado”.

Por isso, meditar sobre a vida de Santo Afonso, um homem tão sábio e extraordinário, traz-nos de volta para a verdadeira moral católica, fazendo-nos refletir sobre o julgamento tão sério de nossa consciência que, se estiver errado, poderá colocar em risco a nossa salvação eterna.

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