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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 18-26)

Naquele tempo, apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: "Nunca se viu coisa igual em Israel". Os fariseus, porém, diziam: "É pelo chefe dos demônio que ele expulsa os demônios".
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!"

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa canonizada que viveu no território brasileiro. 

Santa Paulina é muito apreciada como uma mulher que amou os pobres e ajudou na educação de muitas moças. Realmente, toda a sua vida de caridade é um exemplo luminoso para nós. Contudo, existe um aspecto da vida de Santa Paulina que talvez não seja suficientemente apreciado: sua vida de escondimento. Ela, infelizmente, foi caluniada, e por isso recebeu uma punição da autoridade eclesiástica: deixar o governo da Ordem que ela mesma fundara e não poder sequer ser identificada como fundadora. 
Assim, embora Santa Paulina estivesse convivendo com as noviças, estas não sabiam que ela era a Madre fundadora. Paulina também sofreu muito com as misérias da doença, tendo até mesmo que amputar um braço. Humanamente falando, a vida de Santa Paulina foi um fracasso, porque o seu apostolado era muito limitado com as restrições que lhe impuseram; e porque ela não podia evangelizar e fazer o que hoje chamamos de “pastoral”. 
No entanto, ainda assim, ele era um dos membros do Corpo místico de Cristo, e sabemos que a santidade de qualquer um dos membros afeta o Corpo inteiro. Portanto, a entrega de Santa Paulina como vítima de amor, a sua doação, a sua obediência, o seu silêncio e o seu escondimento são realidades luminosas para nós. São exemplos como esse que desvelam a grandeza dos santos. 
Então, Santa Paulina, com a sua vida de sofrimento e de perseguição, viveu, no seu convento em São Paulo, a bem-aventurança escondida do mundo, a qual somente aqueles que são verdadeiros cristãos conseguem enxergar.
Para entendermos melhor, pensemos em uma comparação de Tertuliano, o qual diz que a vida cristã é como uma lâmpada de óleo (semelhante a de Aladim), com uma pontinha em fogo. Quem olha a lâmpada por fora, vê o fogo e se assusta, mas quem observa o que há dentro sabe da unção do óleo.
Então, ler a vida dos santos, às vezes, é ler uma vida de desastres. Porém, movidos pelo Espírito Santo, com um olhar sobrenatural, nós conseguimos enxergar a grande verdade luminosa que os santos nos ensinam: a realidade das bem-aventuranças, em que aquela lista de fracassos feitas por Jesus no Sermão da Montanha é precedida por um adjetivo espantoso e surpreendente: “Felizes”. Sim, os santos são felizes porque o Espírito Santo de Deus, fogo de amor, ardia em seus corações.

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