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Você atenderá ao pedido de Nossa Senhora?

“Aqueles que, durante cinco sábados, ao primeiro sábado se confessarem, recebendo a sagrada Comunhão, rezarem um Terço, me fizerem quinze minutos de companhia meditando os quinze mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias”.

Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 15, 26–16, 4a)

“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim.

E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. Eu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.

Estamos comentando as aparições de Fátima, cujo centro ficou conhecido com o nome de “segredo de Fátima”. Trata-se da mensagem que Nossa Senhora deu a Lúcia, Francisco e Jacinta, a qual foi guardada como um segredo, à espera de que Nossa Senhora permitisse sua revelação no tempo oportuno. A mensagem foi dividida em três partes, e é por isso que se fala às vezes de “três segredos”. Na verdade, é uma mensagem só, única, dividida porém em três partes, razão por que não devem ser separadas umas das outras. Como iremos ver, todas elas estão intimamente ligadas. A primeira parte, nós a vimos no sábado passado: Nossa Senhora mostrou o inferno aos pastorinhos. Agora, na segunda parte, Nossa Senhora fala da devoção e da consagração ao seu Imaculado Coração. São como que duas “secções” da mesma parte: de um lado, a devoção; de outro, a consagração. Quanto à consagração, especialmente à da consagração da Rússia, falaremos noutra oportunidade. Hoje, veremos simplesmente a devoção ao Imaculado Coração. Leiamos o texto escrito pela Ir. Lúcia, registrando as palavras de Nossa Senhora. “Vistes o inferno” — referência clara à primeira parte da mensagem — “para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. É o centro de tudo: a devoção ao meu Imaculado Coração. Ora, por que Maria quer estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração? Ela mesmo o diz: “Se fizerdes o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz”. Ela está dando o remédio para aquilo que viram no inferno, a saber: milhões de pessoas a precipitar-se no fogo! Maria diz qual é o remédio: é a devoção ao Imaculado Coração. No dia 13 de julho de 1917, quando ela pronunciou essas palavras, sem dar detalhes, disse que viria mais tarde para fazer um pedido: “Virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora dos primeiros sábados”. A consagração da Rússia por ora fica de lado. O que nos importa é a segunda parte: “Virei pedir a comunhão reparadora dos primeiros sábados”. E quando Nossa Senhora veio pedi-la? Mais ou menos oito anos depois, quando Lúcia — Francisco e Jacinta já tinham morrido — estava na Congregação das Dorotéias em Pontevedra. (Pontevedra fica na Espanha, quase na divisa norte com Portugal, na região da Galícia, onde está o Santuário de Santiago de Compostela.) Ali, Nossa Senhora apareceu a Lúcia e deu-lhe orientações concretas sobre a comunhão reparadora dos primeiros cinco sábados. Daqui se vê como a mensagem de Fátima é cristocêntrica. De fato, Nossa Senhora, para ensinar a devoção ao seu Imaculado Coração, ensina antes de tudo a comungar. Não é admirável? Queremos agradar o Coração da Mãe, reparando as ofensas feitas a ele? Então comunguemos bem, amemos Jesus. Com isso, estaremos reparando pecados, para a salvação da nossa alma e da de tantos pecadores! Voltemos à aparição de Nossa Senhora em Pontevedra, onde ela ensinou a Lúcia o que devemos fazer. Foi no dia 10 de dezembro de 1925. Apareceu a Virgem e, ao lado dela, numa nuvem luminosa, o Menino Jesus, que, com uma das mãos no ombro dela, mostrava com a outra um Coração cercado de espinhos. O Menino Jesus disse então a Lúcia: “Tem pena do Coração de tua santíssima Mãe, que está coberto de espinhos, que os homens ingratos a todo momento lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar”. Em seguida, Nossa Senhora fez a grande promessa: “Minha filha, eis o meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de me consolar e dize que todos aqueles que, durante cinco sábados, ao primeiro sábado se confessarem, recebendo a sagrada Comunhão, rezarem um Terço, me fizerem quinze minutos de companhia meditando os quinze mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”. Nossa Senhora ensina aqui o mesmo que ela prometera na segunda parte do segredo de Fátima. Ela tinha dito. “Viste o inferno. Para evitar que essas almas caiam no inferno, quero estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração, e eu virei para ensinar as comunhões reparadoras dos cinco sábados”. Como se faz a comunhão reparadora? Antes de tudo, é preciso estar em estado de graça. Evidentemente, ninguém pode comungar em pecado mortal. Então, é necessário que, no primeiro sábado de cada mês, o fiel esteja em estado de graça e comungue. Note-se que não é preciso confessar-se no sábado. A confissão pode ser feita a qualquer momento, desde que o fiel, no sábado, esteja em estado de graça e faça a comunhão e, quando puder, a confissão com intenção de reparar, ou seja, fazendo da recepção destes sacramentos um ato de amor para com o Coração de Nossa Senhora, a fim de o agradar. É o presente que damos a ela, amando Jesus na comunhão. No sábado, além de comungar, é preciso também rezar o Terço, ou seja, cinco mistérios do Rosário e permanecer quinze minutos em oração íntima, em companhia a Nossa Senhora, meditando os mistérios da Salvação. São essas as quatro obras que devem ser feitas, três delas (comunhão, Terço e meditação) no próprio sábado. O que não precisa ser feito no sábado, repita-se, é a Confissão, bastando estar em graça na hora de realizar as outras obras. Essa é a devoção dos cinco primeiros sábados. Quem ainda não a fez, que a faça o quanto antes. Nossa Senhora disse: isso tudo é para a salvação de nossas almas e das dos pobres pecadores. Quem já a fez deve continuar fazendo. Não é uma devoção para cinco primeiros sábados… “e acabou”. Não. Quem pode, tem devoção e caridade, que a faça muitas vezes, em muitos sábados. Por quê? Porque nós pecamos muitas vezes. Amemos, reparemos, façamos todo o bem que pudermos para com o Coração bondoso e imaculado de nossa Mãe bendita! Além disso, é importante notar o quanto Nossa Senhora em Fátima quer nos ensinar uma forma sublime de amor, um ato sublime de caridade, que é o que nós chamamos de contrição perfeita, ou seja, o arrependimento dos nossos pecados por um motivo elevado, a saber: o fato de que o pecado ofende o S. Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria. Se nos arrependemos, do fundo do coração, de ter ofendido a Deus e a Virgem Maria; se compreendemos que, em cada pecado, cravamos um espinho no Coração de Maria, então realizamos um ato de caridade. E isso é salvação para nós! É por isso que Nossa Senhora nos dará na hora da morte todas as graças necessárias para a nossa salvação. Afinal, uma pessoa que se habitua a arrepender-se de seus pecados por contrição perfeita, na hora da morte verá as portas do céu abertas. É o prêmio de quem tem verdadeira caridade, verdadeira dor por saber que, com os próprios pecados, feriu o Coração bondoso de Maria! O que é, no fundo, o Coração de Nossa Senhora? Na visão, Nossa Senhora mostrou várias vezes o seu Coração cravado de espinhos. Mas trata-se da visualização de uma realidade invisível. Na verdade, o Coração Imaculado representa a alma de Maria, aquela alma amorosa, cheia de caridade, de amor a Deus, alma que, ao ver Deus ofendido, sente-se enormemente ferida; mas que, ao ver Deus amado, enche-se de consolação! É isso, em suma, o Imaculado Coração de Maria.

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