A santidade de Antônio não surgiu de repente, com sua “conversão” ao franciscanismo, mas foi resultado de um longo processo de transformação interior e vivência das virtudes já durante seus anos como cônego regrante no Mosteiro de Santa Cruz.
Prova disso é que, mesmo sendo muito culto e tendo capacidades intelectuais elevadas, o então Pe. Fernando assumiu com humildade a missão de ser porteiro do convento. Foi justamente nessa singela função que ele conheceu os frades franciscanos da igreja de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra, como também, ainda em vida, os cinco frades que viriam a ser martirizados.
Embora a função de porteiro fosse eminentemente prática e exigisse certa atenção ao mundo exterior, o cônego Fernando não deixava de cultivar sua vida espiritual nem de recolher-se em oração. Conta a tradição que sua piedade eucarística era tamanha que, da portaria, ele se ajoelhava cada vez que soava o sino da consagração nas diversas Missas celebradas ao longo do dia no Mosteiro. Esses momentos de oração certamente lhe possibilitaram verdadeiras experiências místicas, já que, após as Missas, ele relatava aos irmãos de comunidade acontecimentos que se haviam...