Apesar de Antônio ser um exímio pregador e saber de memória as SS. Escrituras e os Santos Padres, narra a Legenda Assidua que, na comunidade de Monte Paolo, “o conheciam os frades mais por um perito em lavar a louça da cozinha do que na exposição dos mistérios da Escritura” [1]. Com essa atitude de profunda humildade, vivendo o preceito evangélico da renúncia de si para abandonar-se em Deus, frei Antônio era um desconhecido para os seus confrades, um tesouro que até então estava escondido.
Isso mudou quando os franciscanos de Monte Paolo foram a uma ordenação em Forli, onde também estavam presentes frades dominicanos. Durante a refeição, os franciscanos lhes pediram que um deles fizesse uma pregação ou um colóquio sobre as Escrituras. Recusando o convite, alegaram que não tinham se preparado para pregar e não o fariam de improviso.
O superior pediu a frei Antônio que pregasse aos irmãos ali reunidos, não porque o tivesse em conta, mas porque presumiu que, sendo sacerdote, possuía ao menos conhecimentos básicos de latim. Embora relutante no início, por obediência Antônio se pôs a pregar. A partir de palavras simples e acanhadas manifestaram-se aos poucos a...