Escrito depois de sua conversão ao catolicismo, O homem eterno é, dos livros que compõem a trilogia apologética de Chesterton, talvez o mais eficaz para trazer as pessoas à fé. Nele, Chesterton põe a nu o absurdo de muitas ideias contemporâneas que, difundidas sob a roupagem de ciência, ocultam graves, quando não ridículas, contradições. Como as obras anteriores, tampouco esta veio à luz por acaso. O que a motivou foi a publicação, em 1919, de The Outline of History, de George Wells, uma espécie de história universal escrita de uma perspectiva materialista sobre a vida e a humanidade.
Chesterton é rápido em diagnosticar o erro fundamental do projeto: a pretensão de reduzir o homem à condição de mero animal, e Cristo à de um simples homem. Em razão deste duplo sofisma, Chesterton divide O homem eterno em dois capítulos correspondentes: no primeiro, expõe a unicidade desta criatura chamada homem; no segundo, apresenta e defende a divindade deste homem chamado Cristo. Na presente aula, centrar-nos-emos na primeira parte do livro, reservando para a próxima um exame mais detido da segunda.
Em Da criatura chamada homem, Chesterton desenvolve uma crítica fulminante,...