Como anunciamos na primeira aula sobre Ortodoxia, os três capítulos finais do livro versam, fundamentalmente, sobre a necessidade de abraçar o catolicismo — ou o que Chesterton entendia por tal — em sua integridade. Como também foi dito, ao publicar Ortodoxia em 1908 Chesterton já se havia convertido ao cristianismo, mas sob aquela forma que lhe era então conhecida, o anglicanismo, erroneamente identificado por muitos cristãos ingleses com o verdadeiro catolicismo. Será apenas em 1920 que o escritor londrino irá fazer-se plenamente cristão, ao incorporar-se à Igreja Católica Romana.
Não obstante, vimos ao longo das aulas passadas que o Chesterton de Ortodoxia tinha já uma mentalidade agudamente católica, que, aliada ao seu natural bom-senso, o preservou dentro do anglicanismo daqueles mesmos erros que começavam então a infectar o corpo da Igreja de Cristo, quer dizer, do vírus modernista. Tanto é assim que não seria exagerado dizer que o que o Papa S. Pio X fez em sua encíclica Pascendi, com autoridade pontifícia, o fez Chesterton em Ortodoxia, com a despretensão de um filósofo sensato.
Não percamos de vista que, um ano antes da publicação de Ortodoxia, S. Pio X...