O fenômeno da Reforma Protestante não se resumiu a discussões meramente teológicas sobre certas interpretações da Bíblia e dos sacramentos da Igreja. A revolução de Lutero também provocou graves agitações políticas e culturais, cujas sequelas podem ser sentidas ainda hoje. É o que se pode observar, por exemplo, no modelo educacional gerado após esse período de transformações.
Na Idade Média, vimos que a Igreja entendia a educação como um caminho de perfeição. O que movia o homem a querer estudar não era a simples curiosidade ou o desejo de ter um diploma, mas o vivo interesse pela santidade. Assim, as escolas monásticas aplicavam um método de ensino baseado nas virtudes heróicas e nas virtudes teologais, a fim de que os estudantes fossem formados para o mais elevado ideal cristão.
A agitação social causada pelo protestantismo tornou esse método pouco usual, dado o seu caráter exigente e perene. A urgência para conter o avanço do luteranismo praticamente obrigou que os jesuítas adotassem uma nova metodologia de ensino, baseada agora apenas nas virtudes civis. Inspirados em um antigo manual do escritor Quintiliano, os filhos de Santo Inácio de Loyola transformaram...