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Texto do episódio
01

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 2, 18-22)

Naquele tempo, os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?”

Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar.

Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”.

A Epístola aos Hebreus, que estamos meditando desde alguns dias, apresenta-nos hoje a figura de Aarão. O autor sagrado expôs até agora que todo sacerdote deve estar ornado de duas características: ser misericordioso e, ao mesmo tempo, fiel. A fidelidade, vimo-la no modelo representado por Moisés, que, após ter recebido no alto do Sinai as Tábuas da Lei, desceu do monte para entregá-la ao povo escolhido, a fim de cumprir fielmente as ordens do Senhor, sem temores nem respeitos humanos. Aarão, por outro lado, vem servir aqui como ponto de contraste. Enquanto Moisés se encontrava no alto da montanha recebendo a palavra de Deus, Aarão, também ele sacerdote, estava aos pés do Sinai junto do povo, a cujos pedidos idolátricos acabou cedendo. Apesar de sua debilidade e conivência com o pecado dos hebreus, Aarão nos remete, não obstante, à figura de Cristo e, portanto, à segunda característica que todo sacerdote deve possuir: a misericórdia. Com efeito, assim como Aarão, que sofrera com o povo a demora de Moisés, também Jesus, ainda que sem pecar nem fazer vista grossa às culpas humanas, sentiu as nossas dores e fraquezas e, por isso, tornou-se capaz de ter compaixão de nós. Nele se cumprem, pois, aquelas palavras do autor sagrado: “Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb 5, 1-2). O sacerdócio de Cristo, portanto, foi instituído em nosso favor, isto é, para “oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” que cometemos, a fim de que, livres pela verdade, saiamos do erro e da ignorância. Mas não se trata de um sacerdócio indiferente, porque Jesus mesmo, que “não se atribuiu a honra de ser sumo sacerdote” (v. 5; cf. Sl 109), aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu” (v. 8). “Nos dias de sua vida terrestre”, diz ainda o autor sagrado, “Ele dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus” (v. 7). Como Cabeça de um Corpo que precisa aprender o que significa a obediência, Cristo “tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” e fonte única da qual se recebe a graça para poder lhe obedecer e servir e, por Ele, nele e com Ele, oferecer-se a Deus em sacrifício de amor.

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