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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 15,1-10)

Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximaram-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. "Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles".

Então Jesus contou-lhes esta parábola: "Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: 'Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!' Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.

E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: 'Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!' Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte".

O Evangelho de hoje nos confronta com uma característica peculiar do amor de Deus para conosco: ele é essencialmente misericordioso. De fato, Deus é amor (cf. 1Jo 4, 8) e, no mistério de sua vida íntima, Ele se ama a si mesmo: as Três Pessoas da Trindade Santa, com efeito, vivem uma vida de perfeita comunhão e alegria. Elas porém não têm misericórdia entre si. É apenas ao pobre, ao indigente, ao miserável, enfim, que se pode amar com misericórdia. Trata-se, pois, de um amor entre desiguais, que vem de cima para baixo: Deus, na sua perfeição, na sua sublimidade que se basta a si mesma, lança um olhar compassivo para o homem, cheio de misérias e pecados, e o ama com um amor entranhado. E o ama a tal ponto, que o próprio Deus decide despojar-se de sua glória e vir ao encontro daquela única ovelha extraviada; a misericórdia divina move o Senhor a procurar com zelo e talvez até alguma "impaciência" aquela única moedinha, sem grande valor em si mesma, mas preciosa aos olhos daquele que tem ao seu redor uma multidão de justos.

A leitura desta 5.ª-feira, nesse sentido, revela como Deus é ativamente misericordioso. Ao contrário da parábola do filho pródigo, em que a ação do Pai fica, por assim dizer, em segundo plano, as duas histórias que Cristo hoje nos conta demonstram como Deus está constantemente à nossa procura; é, na verdade, à humanidade inteira, figurada na ovelha e no dracma perdidos, que Ele se dirige e, como fizera também àquele Adão caído, pergunta: "Onde estás?" (Gn 3, 9). Ele nos procura, sim, pois nos perdermos de nós mesmos. Foi o pecado que nos levou a estarmos onde não somos; a querer o que não podemos; a fugirmos de nós mesmos e, assim, a escondermo-nos da face do Senhor (cf. Gn 3, 8). A esta busca amorosa de Deus, que deseja trazer-nos de volta ao seu rebanho, a tirar-nos da alienação do pecado, nós somos chamados a corresponder pelo reencontro com o nosso eu verdadeiro, com aquele eu que, sem máscaras e dissimulações, se vê e reconhece claramente, que enxerga, à luz do amor de Deus, as próprias misérias. Que Ele nos conceda, pois, a alegria de, amando-o de volta, irmos pressurosos ao encontro deste Pai que se esquece de si mesmo, para que nos lembremos nós de quem realmente somos.

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