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A Paz de Cristo e as tribulações

“Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo!”

Texto do episódio
646

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16,29-33)

Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: “Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus”. Jesus respondeu: “Credes agora? Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo!”

Hoje, finalmente chegamos à conclusão do capítulo 16 do Evangelho de São João, onde Jesus está no Cenáculo e seus Apóstolos, depois de terem feito tantas perguntas e ganhado tantas respostas de Jesus, dão a entender que compreenderam tudo o que Ele lhes ensinou. No entanto, eles ainda não haviam entendido o ensinamento mais importante: a Paixão de Nosso Senhor. É por isso que Jesus diz: “Credes agora? Eis que vem a hora, e já chegou, em que vos dispersareis cada um para o seu lado e me deixareis só” (Jo 16, 31-32).

Depois, Cristo mostra-nos que Ele é um com o Pai: “Eu não estou só; o Pai está comigo” (Jo 16, 32). Por causa da oração de Jesus no alto da Cruz, presente no Salmo 21(22): “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonastes?”, podemos ter a falsa impressão de que Jesus, de fato, foi abandonado por Deus. No entanto, naquele momento, Jesus sentiu sobre si o peso dos pecados da humanidade, daqueles que abandonaram a Deus, por isso proferiu tais palavras.

Jesus sabia que não estava sozinho e, embora todos fossem se dispersar e abandoná-lo, o Pai estava com Ele. Por isso, falou: “Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim” (Jo 16, 33). Essa é a primeira Palavra que Jesus vai pronunciar após ressuscitar. Após o drama da Cruz, a traição de Judas, a negação de Pedro, a fuga dos dez Apóstolos e, depois, a incompreensão de João em relação à Ressurreição, Nosso Senhor aparece no Cenáculo, na tarde do domingo de Páscoa, e faz uma saudação: “Paz a vós”. Paz por quê? Porque os discípulos poderiam ter a ilusão de não estar mais em paz com Jesus, com medo de que Ele voltaria para se vingar da infidelidade e da incredulidade deles.

“No mundo, tereis tribulações; mas tende coragem: eu venci o mundo” (Jo 16, 33). De fato, no meio de todos os eventos trágicos da Paixão em que a Igreja pareceu ter fracassado aos olhos humanos, num momento quase que de grande apostasia, Cristo venceu o mundo e nos  libertou da morte eterna, dando-nos a salvação. É importante lembrarmos também que, enquanto todos vacilaram na fé, inclusive os que estavam aos pés da Cruz, apenas uma pessoa permaneceu com uma fé sólida, íntegra e inabalável: a Santíssima Virgem Maria.

Cristo nos dá a certeza de que Ele venceu o mundo, e por isso precisamos, como Ele mesmo disse, ter coragem. Em grego, há uma tradução ainda mais profunda para a palavra “coragem”: tharseite (θαρσεῖτε), a qual possui um sentido positivo de ter confiança e verdadeira ousadia ao enfrentar o mal. Eis as últimas palavras de Jesus dirigidas aos discípulos no Cenáculo. 

Depois, Nosso Senhor começa a sua oração sacerdotal e diz muitas outras coisas ao Pai Celeste. Guardemos, pois, em nossos corações a realidade de que meditamos hoje e verdadeiramente a apliquemos em nossas vidas, sabendo que Jesus, há muito tempo no Cenáculo, pensou em cada um de nós.

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