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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19, 45-48)

Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam um modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

Celebramos, neste dia 22 de novembro, a memória de Santa Cecília, Virgem e Mártir, e, no Evangelho de hoje, Jesus purifica o Templo de Jerusalém de uma forma um tanto inusitada: Ele entra e começa a expulsar os vendilhões, dizendo: “Minha casa será uma casa de oração” (Lc 19, 46). 

A figura de Jesus irado expulsando os vendilhões do Templo pode parecer estranha, mas é iluminada com os versículos anteriores, do 41 ao 44. Neles, São Lucas narra que Jesus, depois de ter entrado triunfante em Jerusalém, no Domingo de Ramos, chora pela cidade e lamenta seu futuro, pois ela será destruída, já que “não reconheceu o tempo em que foi visitada” (Lc 19, 44), ou seja, o tempo oportuno em que estava recebendo o Salvador. 

É importante ressaltar que Jesus não derrama simplesmente lágrimas. Ele chora um choro tão dolorido quanto aquele que ocorreu pela morte da filha de Jairo, nascido de um Coração cheio de compaixão pelo destino e condenação daqueles que são amados. É por isso que Cristo toma o chicote e purifica o Templo. 

Quem, sendo pai ou mãe de família, já não teve a mesma experiência? Aplicando uma punição a um filho com severidade, interiormente chorava com dor no coração por ter de castigar o jovem. Do mesmo modo, Jesus chorou clamorosamente sobre a cidade de Jerusalém e precisou castigá-la com o azorrague na mão para purificar o Templo, sua casa. 

Jesus lamenta por nós, membros da sua Igreja, chamados por Deus a habitar o Céu, mas miseravelmente esquecidos de que a sua casa é casa de oração. Transformamos o nosso coração em antro de vendilhões. No entanto, Cristo não tem medo de levantar o chicote para nos punir e fazer-nos mudar de vida. 

Sabendo que ainda temos tempo para nos arrepender, peçamos hoje especialmente a Santa Cecília, cuja memória celebramos, que interceda por nós e ajude-nos a purificarmos o nosso coração de tantos males e pecados, transformando-o em templo do Senhor.

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