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Texto do episódio
01

Os católicos mais devotos costumam empenhar-se nas penitências quaresmais: fazem jejuns, abstêm-se de algum prazer lícito, iniciam campanhas de oração e, em alguns casos, até frequentam a Missa diária. Tudo isso é bom e louvável. O que notamos, porém, é que esse mesmo empenho parece exaurir-se tão-logo se inicia o Tempo Pascal. E isso acontece porque muitos confundem a alegria do Ressuscitado com a alegria da carne, pondo em risco os grandes frutos espirituais que conquistaram durante a Quaresma. Para prevenir-nos contra esse vezo, é oportuna a meditação a respeito da verdadeira alegria pascal.

No comentário do Pe. Garrigou-Lagrange sobre a Ressurreição, fala-se da tríplice vitória de Jesus: a vitória contra o pecado, o diabo e a morte. Na sexta-feira da Paixão, Nosso Senhor venceu o inimigo que havia nos aprisionado pela sedução do pecado. Ele rompeu as cadeias dessa escravidão, dando-nos uma vida nova, uma vida na graça santificante. Na Ressurreição, Ele derrotou o último dos inimigos, a morte, abrindo-nos as portas da eternidade, onde estaremos face a face com Deus. Sendo assim, o Tempo Pascal deve ser a oportunidade para aplicarmos em nossas almas os méritos dessas três vitórias, a fim de sepultarmos o homem velho e fazermos nascer o homem novo. Essa é a verdadeira alegria pascal.

A participação na vitória de Cristo exige, por sua vez, um assentimento da nossa inteligência às verdades reveladas, porque esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé (1Jo 5, 5). Mas essa não é, como julgam os protestantes, um sentimento vago de confiança; não é um ato apenas cerebral, mas o exercício de uma virtude sobrenatural, como ensina o Concílio Vaticano I, “pela qual, sob a inspiração de Deus e com a ajuda da graça, cremos ser verdade o que Ele revela” (Dei filius, III). Em termos bíblicos, a fé é fundamento (gr. ὑπόστασις) daquilo que ainda se espera e prova de realidades que não se veem (Hb 11, 1). Ou seja, ela nos coloca em contato com as realidades salvíficas, pelo que obtemos forças para resistir a tudo o que há no mundo – o desejo da carne, o desejo dos olhos e a ostentação da riqueza (lt. iactantia divitiarum, traduzido como “soberba da vida”).

Uma vez neutralizadas, essas concupiscências de que fala S. João, isto é, as paixões humanas, já não são um obstáculo à ação da graça em nossas almas; e se a Quaresma serve justamente para ordenar esses impulsos do homem carnal, o Tempo Pascal deve servir agora para acelerar em nós o processo de santificação, porque “os que estão em estado de graça”, explica S. Tomás, “devem progredir na caridade tanto mais quanto se aproximam de seu fim último”, que é Deus (Comentário à Carta aos Hebreus, 10, 25). E essa aproximação positiva de Deus acontece pelo exercício contínuo de atos de fé, pois só vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus (1Jo 5, 5).

No exercício da fé, o Ressuscitado toca nossa alma, fazendo-se verdadeiramente presente, como doação de sua graça aos nossos corações. Os efeitos dessa graça, porém, vão depender do grau de abertura de cada pessoa. O Coração Imaculado de Maria SS., por exemplo, acolheu a presença de Cristo por um ato de fé na Ressurreição; por isso ela não precisou participar das aparições de Jesus aos discípulos ou às santas mulheres. O que Maria experimentou pelo exercício da fé foi infinitamente mais eficaz e real do que o toque nas chagas de Cristo por S. Tomé, pois enquanto este precisou das faculdades sensitivas para crer, a Virgem acreditou sem ter visto, de modo que a ela bem se aplicam as palavras de S. Paulo: em Maria a justiça de Deus se revela da fé para a fé, como está escrito: o justo da fé viverá (Rm 1, 17).

Esta é, pois, a hora de crescermos, de fé em fé, até a estatura de Cristo. E à medida que nos abandonarmos às moções do Espírito Santo, sentiremos crescer em nós a presença suave e pacífica do Ressuscitado, que converterá nosso coração num recipiente abundante do amor de Deus, porque o evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1, 16).

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