Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 12, 46-50)
Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Celebramos hoje, com grande alegria, a memória da Apresentação da Virgem Santíssima ao Templo. É importante nós a distinguirmos da Apresentação do Menino Jesus, o qual foi levado ao Templo para cumprir a Lei com relação aos primogênitos. Hoje, portanto, trata-se de outra situação: a infância da Virgem Maria.
O que a tradição católica nos conta a esse respeito? Bom, sabemos que seus pais, São Joaquim e Sant’Ana, já eram de idade avançada quando tiveram Maria. Durante muito tempo, eles foram recriminados pela sociedade da época por não terem filhos, uma vez que os filhos eram vistos como uma bênção de Deus, e a ausência deles, uma espécie de maldição. Então, por um milagre divino, eles conceberam e deram à luz a mais perfeita menina, fazendo o voto de que iriam entregá-la para o serviço do Templo.
Isso era comum naquela época. Havia meninas que eram educadas ali para cuidar do serviço litúrgico, em um trabalho semelhante ao de uma “sacristã” que auxiliava os sacerdotes, com o perdão da comparação inadequada. Ou seja, eles, que serviam o Templo em turnos diferentes, eram servidos por essas moças — as quais se dedicavam ao trabalho do Templo por certo período. Então, assim que Maria desmamou, por volta dos três anos, Sant’Ana a entregou aos cuidados do Templo.
Nesse contexto, podemos perceber a semelhança da mãe da Virgem com Jesus. Ora, assim como Ele nos entregou Maria, Sant’Ana também a entregou ao serviço de Deus. A tradição também nos conta que seus pais morreram ainda na sua infância, e nossa Mãe Santíssima, enquanto estava no Templo, fez um voto de virgindade perpétua, de tal forma que, quando se casou com São José, ele estava de acordo com relação a essa promessa.
Mas existe alguma evidência bíblica de que a Virgem Maria de fato fez esse voto antes de se casar? Apesar de parecer estranho, há uma evidência presente no anúncio do Anjo Gabriel, quando ele diz a Maria que ela iria conceber e dar à luz um filho. Ela já estava noiva de José, e só faltava consumarem o matrimônio — inclusive, juridicamente ela já era considerada esposa de José. É nesse contexto que Maria disse: “Como acontecerá isso, se não conheço homem algum?” (Lc 1, 34). Nenhuma mulher casada jamais colocaria uma objeção quanto à sua gravidez, com exceção daquela que tivesse um voto de castidade. Portanto, Maria realmente havia feito a promessa da virgindade perpétua.
A Tradição também nos diz que, ao ser entregue ao Templo com apenas 3 anos, a pequena Maria foi imediatamente subindo os degraus da escadaria do Templo, destemidamente e sem olhar para trás, entregando-se completamente a Deus. Eis a Virgem bendita que nós admiramos e contemplamos! Que ela, padroeira de todas as virgens consagradas, modelo de perfeição e santidade, interceda por nós e cubra-nos com o seu manto protetor, levando-nos ao caminho do Céu.



























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