Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 23, 13-22)
Naquele tempo, disse Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus, mas vós mesmos não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós. Ai de vós, guias cegos! Dizeis: ‘Se alguém jura pelo Santuário, não vale; mas se alguém jura pelo ouro do Santuário, então vale!’ Insensatos e cegos! Que é mais importante, o ouro ou o Santuário que santifica o ouro? Dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferenda que está sobre o altar, então vale!’ Cegos! Que é mais importante: a oferenda ou o altar que santifica a oferenda? De fato, quem jura pelo altar jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura por ele e por Deus, que habita no Santuário. E quem jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado”.
É com grande alegria que celebramos hoje a memória de S. Mônica. A vida desta piedosa mãe, modelo de esposa católica, permite-nos recordar com que providencial sabedoria Deus se serve das criaturas para produzir os efeitos que deseja. No caso de S. Mônica, foram as orações, lágrimas e penitências de um amor, não só materno, mas sobretudo cristão que o Senhor quis utilizar para dar à Igreja um bispo e Doutor da estatura de Agostinho. Dos 56 anos a que se resume sua curta vida, Mônica passou 32 deles rezando e chorando pela conversão do filho, entregue por toda a juventude a uma vida de dissipações e graves pecados. Ao fim, Agostinho converteu-se, pois como haveria de perder-se, no dizer de S. Ambrósio, o filho de tão copiosas lágrimas? O Senhor bem poderia, é verdade, ter convertido Agostinho após a primeira oração da mãe; mas, se o tivesse feito, teríamos talvez um santo Agostinho, mas não uma santa Mônica, trabalhada e burilada na paciência, na perseverança, no sofrimento, na constância, na confiança no poder da graça divina. Porque Deus quer, sim, dar-nos os seus dons, mas quer também que lhos peçamos, que preparemos o nosso coração para receber, pelos meios já determinados, o que Ele espera conceder-nos. O Senhor queria, pois, fazer de Agostinho um grande santo, mas não sem lhe santificar também a mãe, educada pouco a pouco na escola da santa paciência. Que os dois, mãe e filho, intercedam hoje por todos nós e, de modo particular, pelas mães que sofrem pelos filhos afundados no pecado.
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