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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12, 8-12)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. Mas aquele que me renegar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer”.

Celebramos hoje a memória de S. Inácio de Antioquia, um desses grandes mártires da era subapostólica a que, desde o início, a Igreja manifestou toda a sua veneração, a ponto de incluí-lo no próprio Cânon da Missa. Como se sabe, os primeiros dois séculos do cristianismo costumam ser divididos em duas etapas principais: a era apostólica é aquela compreendida entre o início da pregação do Evangelho, a partir de Pentecostes, e a morte do último Apóstolo, S. João, por volta do ano 100; a era subapostólica, por sua vez, refere-se à primeira geração de discípulos instruídos diretamente pelos Apóstolos, mas que não foram testemunhas oculares de Nosso Senhor. É dentro deste último período que têm lugar as atividades de S. Inácio, nascido na Síria em torno do ano 35. Inácio foi eleito bispo de Antioquia — prova clara da estrutura hierárquica de que Cristo dotou sua Igreja desde o princípio —, tornando-se o primeiro sucessor de S. Pedro no governo daquela venerável comunidade de fiéis, os primeiros a se identificarem pelo nome de cristãos (cf. At 11, 26). Condenado às feras durante o governo de Trajano, Inácio foi enviado a Roma em 110 (ou 108) e, uma vez aprisionado, à espera de receber a palma do martírio, escreveu um conjunto de sete cartas endereçadas às igrejas da Ásia. Uma delas, no entanto, está dirigida especialmente aos romanos, cuja igreja “preside às demais na caridade”. Nela, Inácio roga aos fiéis de Roma que não intervenham em seu processo, deixando-o ser entregue às feras, já que é morrendo em suas presas que ele espera chegar ao Deus da vida: “Sou o trigo de Cristo”, escreve, “e oxalá venha a ser moído nos dentes das feras para me tornar pão imaculado. Que eu possa imitar a Paixão do meu Senhor. Só agora sinto que começo a ser verdadeiro discípulo”. E acrescenta: “Permiti que eu receba a luz pura. Quando eu aí chegar”, para ser morto e triturado, “então serei homem de verdade. […] Desejo o pão de Deus, que é a carne de Cristo; e por bebida o seu Sangue, que é amor incorruptível”. Arrebatado pelo amor de Nosso Senhor, desejando desprender-se desta carne mortal para estar com Deus, Inácio viveu até o fim, com heroísmo verdadeiramente sobrenatural, aquelas palavras de S. Paulo: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fp 1, 21), porque é Ele o nosso único e sumo bem, preferível a todas as outras coisas. Que, a exemplo dessa glória do episcopado, possamos também nós, abrasados pela caridade divina, não buscar senão a glória de Jesus Cristo, por amor ao qual o mundo deve estar para nós crucificado e nós, crucificados para o mundo. Não tenhamos medo dos poderes deste mundo, pois contamos com a promessa do nosso divino Salvador: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus”. — S. Inácio de Antioquia, rogai por nós.

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