Existe um lobby para acabar com a maternidade. Em toda essa discussão sobre “empoderamento” feminino e “direitos reprodutivos”, manifesta-se uma agenda bem decidida contra a gravidez, agenda esta que se apresenta como uma reação à sociedade machista, cujo discurso seria contrário à liberdade das mulheres. Todavia, o que temos visto é a escravização das mulheres pela lógica do mercado, que as obriga a abandonar a família e a vocação de ser mãe.
A família é uma instituição naturalmente humana. Nenhuma outra espécie mantém relações familiares tão arraigadas quanto a do Homo sapiens sapiens. Todos os demais animais coabitam tranquilamente com pais, mães, filhos, irmãos e irmãs. Não há diferença de papéis. Para o ser humano, no entanto, a ideia do incesto é profundamente repulsiva, e a própria natureza das relações familiares exige que se respeite o papel do pai, da mãe e do filho, tanto em termos biológicos quanto espirituais.
Biologicamente, os cérebros masculinos e femininos são bastante diferentes, e a prole humana depende dos dois (pai e mãe) para desenvolver-se plenamente. Aliás, o desenvolvimento dos seres humanos é muito mais prolongado que o de um filhote de gato ou cachorro. Espiritualmente, homem e mulher podem firmar laços indissolúveis de fidelidade e lealdade eterna para se amarem e educarem seus filhos. E, de fato, a família só acontece quando os filhos podem encontrar a verdade e buscar o bem pela educação dos pais.
A mulher tem um papel especial nessa instituição. A mãe é aquela que se doa prontamente pela vida dos filhos e de seu marido. Trata-se de uma realidade também espiritual, ao ponto de Santa Teresinha ter se convertido numa grande mãe, mesmo muito jovem.
Toda essa realidade natural caiu em descrédito nos últimos anos como efeito de uma engenharia social, iniciada em meados do século XX. Para controlar o crescimento populacional, a família Rockefeller decidiu investir em estudos sociológicos, por meio do fundo Laura Spellman. Um de seus pesquisadores, o sociólogo Kingsley Davis, desenvolveu a teoria da transição populacional para modificar a estrutura da sociedade. Ele enxergava que, de tempos em tempos, havia um crescimento e um declínio populacional, que se devia aos modelos de sociedade. Em 1967, Davis publicou, na revista Science, um artigo chamado Política Populacional: os programas atuais terão sucesso?. Nesse trabalho, o sociólogo criticou os programas então vigentes, advertindo seus idealizadores de que era necessário mudar o comportamento feminino, para que elas não quisessem mais ser mães. Esse seria o único jeito de controlar o crescimento da população.
Anos depois, uma aluna de Davis, Adrienne Germain, convenceu a família Rockefeller a investir em grupos feministas para fomentar uma nova cultura da mulher. A partir desse momento, as grandes fundações internacionais (Rockefeller, Ford, MacArthur) passaram a subsidiar esses grupos e desenvolver projetos sociais de manipulação cada vez mais ousados. Em 1990, a Fundação Ford lançou o seu relatório para as estratégias da década. Na Conferência de Pequim, de 1995, apareceram as primeiras menções de “gênero” e “direitos reprodutivos”. Tudo se disseminou muito rápido, de modo que agora vemos a mídia divulgar essas ideias como se fossem uma novidade realmente libertadora. Todavia, essa mudança social não passa de uma estratégia que, com a ajuda de intelectuais marxistas (Shulamith Firestone, Kate Millett, Judith Butler e Joan Scott), serviu para dominar as consciências femininas.
Na verdade, o que as grandes fundações querem não é a libertação feminina, mas apenas a ampliação do mercado de trabalho pelo controle da população. O sistema financeiro vive de emprestar dinheiro. Daí a necessidade de convencer a mulher de que a maior glória da sua vida é a carreira profissional, ao ponto de ela não querer mais ter filhos. Trata-se da coisificação da mulher, de transformá-la em mais uma engrenagem da grande máquina do dinheiro.
Essa manipulação, porém, tem já se revelado um grande desastre, com mulheres cada vez mais infelizes, pois ninguém nasceu para realizar-se numa pseudo carreira profissional. Aliás, apenas uma pequena parcela da população consegue essa proeza, e a um custo muito caro: o desprezo dos vínculos familiares e a solidão no fim da vida. No fundo, essa sanha gera mais frustração do que verdadeira felicidade. E as mulheres não são as únicas a provar isso na pele.
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