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Texto do episódio
1372

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 12, 46-50)

Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa de Nossa Senhora do Carmo. Nossa Senhora é conhecida como a “Flor do Carmelo”. De uma forma metafórica, poderíamos dizer que o Monte Carmelo, da terra de Jesus, é onde as pessoas se encontram com Deus. Uma longa tradição liga aquela montanha à experiência mística, à experiência da contemplação, pela qual podemos verdadeiramente nos unir a Deus. Portanto, desta bela montanha da união com Deus, a mais preciosa de todas as flores é a Virgem Maria.

Na liturgia própria da Ordem dos Carmelitas, existe uma sequência chamada “Flos Carmeli”. Dela, há algumas estrofes que nos ajudam a entender a importância de nossa devoção à Virgem Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora do Carmo. É um texto de São Simão Stock, um santo a quem a Virgem apareceu, dando-lhe o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

Ele diz: “Armatura fortis pugnantium”, ou seja,  a Virgem Maria é uma armadura forte para aqueles que lutam. Na nossa vida espiritual, embora exista a busca pela contemplação, há também a batalha diária que devemos travar, e é Maria que nos protege nesse combate. Continua o hino: “Tende praesidium scapularis”, expressando que ela nos dá segurança e proteção escapular, como uma mãe que nos cobre, com o seu manto de amor, diante dos ataques dos nossos adversários. 

Nesse contexto, percebemos uma das realidades mais constantes da piedade mariana: o fato de que a Virgem Maria não é somente uma intercessora, mas também nosso auxílio na batalha desta vida. A mais antiga oração mariana, de um manuscrito do século II, diz: “Sub tuum praesidium”; ou seja, sob a proteção da Santa Mãe de Deus nós nos refugiamos. 

No Antigo Testamento, no livro do Gênesis, Deus disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher”. Essa inimizade apresenta-se claramente no capítulo 12 do Apocalipse, manifestada em uma batalha: Maria, aquela que preside as tropas de Deus, luta contra o Dragão, a antiga Serpente, com o restante dos seus filhos. 

Por isso, o Escapulário e o Rosário são dois objetos que nós deveríamos trazer constantemente conosco. O primeiro é a nossa armadura; o segundo, a nossa arma. Dessa forma, estaremos prontos para a batalha espiritual, sendo liderados pela Mãe Santíssima, que nos levará até a vitória. Por isso, sempre tenhamos em nossos corações a frase: “Per incerta, prudens consilium”, a qual significa que Maria é o prudente conselho no meio das coisas incertas desta vida; “per adversa, iuge solatium, largiaris”, ou seja, que, nos momentos de adversidade, Ela é nossa consolação e vem ao nosso encontro.

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