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Texto do episódio
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“Senhor, são poucos os homens que se salvam?” Esta pergunta feita a Nosso Senhor tem suscitado, ao longo dos séculos, muitas reflexões sobre o número de pessoas que se salvam.

A Igreja sempre ensinou que, embora não possamos afirmar que este ou aquele indivíduo esteja no Inferno, não temos razões para crer que ele esteja vazio, pois certamente está povoado por milhões e milhões de demônios.

Ao contrário do que se crê em alguns meios, a pregação sobre o Inferno já ajudou muitas pessoas a se converterem, porque a simples meditação sobre as penas dos condenados e a ausência do amor de Deus é muitas vezes suficiente para levar as almas ao arrependimento e à mudança de vida.

No entanto, durante o século XX, tornou-se cada vez mais comum omitir a meditação sobre o Inferno e até mesmo negar a existência dele. Também houve quem abraçasse a ideia de que, embora a existência do Inferno seja uma verdade de fé, os cristãos poderiam ter boas razões para esperar que ele estivesse vazio. Curiosamente, esse fenômeno propagou-se no século das aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, e foi justamente numa dessas aparições que a Virgem Santíssima mostrou-lhes o Inferno. Depois dessa experiência sobrenatural, Lúcia, Jacinta e Francisco foram tomados pelo zelo missionário de oferecer sacrifícios e orações pelos pecadores.

A controvérsia sobre o Inferno cresceu, em grande medida, por causa da obra Tratado sobre o Inferno (sem edição no Brasil), do teólogo jesuíta Hans Urs von Balthasar (1905-1988). Embora não afirme categoricamente que o Inferno esteja vazio, von Balthasar sugere que todo bom cristão deve esperar que não haja ninguém lá. Trata-se de uma elaboração teológica sofisticada que, embora não pareça herética em si mesma, é contudo difícil de defender, dada a multidão de santos e sábios que interpretam o tema de modo muito diferente. Além disso, a Igreja não reza para que se salvem todos os homens que já viveram, mas para que se salvem todas as pessoas que hoje estão vivas, por mais pecadoras que sejam.

Von Balthasar tentou justificar sua posição com base no relato de uma revelação privada feita a Adrienne von Speyr, uma de suas dirigidas espirituais. De acordo com ela, no Sábado Santo Jesus teria ido sofrer as penas do Inferno para que nós não tivéssemos de sofrê-las. Trata-se, porém, de uma afirmação que não encontra respaldo algum no Magistério nem na Tradição da Igreja.

Na esteira do teólogo dominicano Antonio Royo Marín, entendemos que, por uma questão de caridade, jamais devemos deixar de falar aos fiéis sobre a existência do Inferno, sobre os seus tormentos e a possibilidade real de sermos condenados. Tampouco podemos, por outro lado, adotar um otimismo extremo, quando não ingênuo, simpático à ideia de que todas as pessoas se salvarão. Antes, é preciso insistir que caminhamos por uma via estreita, ladeada de dois abismos: o do desespero, no qual todos vão parar ao Inferno, e o da presunção, que nos pode condenar por fazer pensar que ninguém se condena, e entre eles está justamente o fio da espada sobre o qual devemos trilhar nosso itinerário nesta vida. Sabemos com toda certeza que Deus quer a nossa salvação, e a forma ordinária de alcançá-la é a recepção frequente dos sacramentos, por meio dos quais são perdoados os nossos pecados, são curadas as nossas feridas e nós, pela graça, nos tornamos partícipes da natureza divina. 

Dito isso, é preciso lembrar ainda que a salvação de uma pessoa que, por algum motivo, está impossibilitada de receber os sacramentos necessários é um fenômeno excepcional, do qual só Deus, em seus desígnios secretos, pode ter conhecimento. Foi por isso que Nossa Senhora, ao revelar o Inferno aos três pastorinhos, deu àquelas crianças a graça de oferecerem inúmeros sacrifícios pela salvação dos pecadores. Após essa visão, o coração delas configurou-se de tal modo ao de Cristo, que perderam o medo de carregar a cruz por amor a nós.

Não esperemos, pois, de braços cruzados e indiferentes que o Inferno esteja vazio: antes, por amor aos pecadores, trabalhemos para que ele se esvazie, não porque os demônios e condenados um dia sairão de lá, o que é impossível, mas para que os milhões e milhões de pecadores vivos encontrem luz e graça através do Imaculado Coração de Maria. Unamos os nossos sacrifícios e preces aos dos três pastorinhos, para que os pobres pecadores não terminem no fogo eterno. Essa é a nossa missão!

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