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O nosso crescimento na fé

Ao contrário do que às vezes se pensa, a fé não é uma realidade estática. Trata-se, pelo contrário, de uma virtude dinâmica, capaz de crescer e amadurecer em nossa alma a tal ponto que poderemos viver um dia inteiramente por ela, como diz São Paulo: "O justo vive pela fé".

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
17, 14-20)

Naquele tempo, chegando Jesus e seus discípulos junto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se e disse: Senhor, tem piedade de meu filho. Ele é epiléptico, e sofre ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo ou na água. Levei-o aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!"

Jesus respondeu: "Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei? Trazei aqui o menino". Então Jesus o ameaçou e o demônio saiu dele. Na mesma hora, o menino ficou curado. Então, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: "Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?"

Jesus respondeu: "Porque a vossa fé é demasiado pequena. Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: 'Vai daqui para lá' e ela irá. E nada vos será impossível".

Após ter-se transfigurado no Tabor diante de Pedro, Tiago e João (cf. Mt 17, 1-13), o Senhor desce do monte e encontra a humanidade desfigurada pelo pecado e subjugada por Satanás. Tão logo chegou às multidões que o esperavam ansiosas, Jesus depara com um homem cujo filho "é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água", e não há ninguém que o possa libertar. Nem mesmo os discípulos foram capazes de o exorcizar, porque tinham, como diz o Senhor, uma fé "demasiado pequena". Esta repreensão que se lhes dirige aqui é de grande importância, já que nos permite recordar que a fé, por ser uma virtude, pode — antes, deve — crescer e desenvolver-se em nossa alma ao ponto de vivermos por ela, conforme as palavras do Apóstolo: "O justo vive pela fé" (Rm 1, 17).

Com efeito, todos recebemos esta missão de fazer render e multiplicar-se a fé com que fomos agraciados no Batismo; ela é um dom de Deus que devemos não só conservar e defender, apoiados no socorro divino e por meio da oração, mas ainda fomentar pela repetição frequente e fervorosa de atos de fé: "Creio! Vem em socorro à minha incredulidade!" (Mc 9, 32). Se a tivermos, ainda que do tamanho de um grão de mostarda (cf. Mt 13, 31s), poderemos mover as montanhas dos nossos pecados e dar passos de gigante na vida espiritual, crescendo de virtude em virtude, ex fide in fidem (cf. Rm 1, 17). Coloquemo-nos, pois, aos pés de Jesus sacramentado e peçamos-lhe a partir de hoje, em oração humilde, confiante e perseverante, que nos aumente o dom desta virtude, sem a qual é impossível agradá-lo (cf. Hb 11, 6). Não nos tornemos fiéis atrofiados; antes, clamemos todos os dias: "Aumenta-nos a fé!" (Lc 17, 4).

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