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Homilia Dominical
14 Mar 2014 - 25:22

Oração, amizade com Deus

A oração não consiste em “sentir gostos”, mas em determinar-se no amor. Que lembremo-nos de cultivar a verdadeira oração, “que não é outra coisa (...) senão tratar de amizade (...) com quem sabemos que nos ama”.
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Homilia Dominical - 14 Mar 2014 - 25:22

Oração, amizade com Deus

A oração não consiste em “sentir gostos”, mas em determinar-se no amor. Que lembremo-nos de cultivar a verdadeira oração, “que não é outra coisa (...) senão tratar de amizade (...) com quem sabemos que nos ama”.
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus 
(Mt 17, 1-9)

Neste 2º Domingo da Quaresma, a Igreja propõe para a nossa meditação a passagem da Transfiguração de Jesus. Os discípulos de Jesus são levados "a um lugar à parte, sobre uma alta montanha", a fim de se encontrarem com Deus, por meio da oração.

Santa Teresa de Jesus diz:

"Que não é outra coisa a oração mental senão tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama" [1].

Então, a oração trata-se de amizade com Deus. E essa amizade brota do relacionamento intratrinitário, da amizade que o Pai tem pelo Filho, expressa nas palavras: "Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado". Para que também nós entremos nessa amizade e nos transfiguremos, por assim dizer, junto com Jesus, devemos atender ao apelo do Pai, que diz: "Escutai-o!". Da oração brota, então, um ato efetivo de amor a Deus: determinamo-nos a transformar a nossa vontade na vontade de Deus, como o próprio Jesus indica em outra passagem: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" [2]. 

Mas Jesus também quer que o nosso amor a Deus se desdobre no amor ao próximo: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos" [3]. Jesus leva-nos para o monte, mas não para que fiquemos aí, isolados em tendas, como sugeriu São Pedro; mas, ao contrário, para que, descendo o monte, entreguemos nossa vida por Ele e pelos outros. Então, a oração, que é amizade com Deus, desabrocha, concretamente, na prática quaresmal da caridade.

Ainda sobre a oração, Santa Teresa dá-nos algumas indicações preciosas:

"[O iniciante] pode fazer muito para se determinar a servir bastante a Deus e despertar o amor. A pessoa pode imaginar que está diante de Cristo e acostumar-se a enamorar-se da Sua sagrada Humanidade, tendo-O sempre consigo, falando com Ele, pedindo-lhe auxílio em suas necessidades, queixando-se dos seus sofrimentos, alegrando-se com Ele em seus contentamentos e nunca esquecendo-se Dele por nenhum motivo, e sem procurar orações prontas, preferindo palavras que exprimam seus desejos e necessidades.  É excelente maneira de progredir, e com rapidez. E adianto que quem trabalhar para ter consigo essa preciosa companhia, aproveitando muito dela e adquirindo um verdadeiro amor por esse Senhor a quem tanto devemos, terá grande benefício.  3. Para isso, não façamos caso de não ter devoção sensível— como eu disse —, mas agradeçamos ao Senhor, que nos permite estar desejosos de contentá-Lo, embora as nossas obras sejam fracas. Esse modo de trazer Cristo conosco é útil em todos os estados, sendo um meio seguríssimo para tirar proveito do primeiro e breve chegar ao segundo grau de oração, bem como, nos últimos graus, para ficarmos livres dos perigos que o demônio pode pôr.  Quem quiser passar daqui e levantar o espírito a sentir gostos, que não lhe são dados, perde, a meu ver, tudo." [4] 

A oração não consiste em "sentir gostos", mas em determinar-se no amor. Que, nesta Quaresma, lembremo-nos de cultivar a verdadeira oração, "que não é outra coisa (...) senão tratar de amizade (...) com quem sabemos que nos ama".

Referências

  1. Livro da Vida, cap. 8, 5
  2. Jo 15, 14
  3. Jo 15, 13
  4. Livro da Vida, cap. 12: 2-3
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