Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11,47-54)
Naquele tempo, disse o Senhor: “Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram. Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos. É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles, a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu vos digo: serão pedidas contas disso a esta geração. Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar”. Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer palavra que saísse de sua boca.
Comemoramos hoje a Memória de São Pedro de Alcântara, santo fransciscano nascido na Espanha que fez uma obra extraordinária de evangelização na côrte de Portugal. Por causa desse parentesco espiritual com Portugal, ele foi escolhido, quase 200 anos atrás, para ser o Padroeiro do Brasil.
No entanto, o decreto do Papa Leão XII foi deixado de lado, porque veio a República e, é evidente, São Pedro de Alcântara, tão ligado aos dois imperadores, ambos chamados Pedro de Alcântara — D. Pedro I e D. Pedro II —, era uma incômoda lembrança aos brasileiros que queriam justificar o golpe de Estado com que a República foi implantada no nosso país.
Em 1930, o Papa Pio XI decretou Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil, mas o decreto de Pio XI não anula o decreto de Leão XII. Mas seja ele Padroeiro ou não do Brasil, é importante lembrar: este santo, que desempenhou uma especial intercessão pelo nosso país, foi um homem destemido que soube converter os políticos de Portugal em sua época. Por que não recorrer a ele para que converta os políticos do Brasil dos nossos tempos?
São Pedro de Alcântara foi um santo de um amor a Deus extraordinário, de uma pobreza imensa, de grande penitência. Santa Teresa d’Ávila diz que o corpo dele se parecia com raízes de árvores, ou seja, via-se osso e pele, praticamente.
No entanto, tinha um coração que o arrebatava para Deus. O amor de São Pedro de Alcântara a Deus fazia com que ele pregasse, e a sua pregação era viril e rude, porém tocava os corações por estar permeada do amor divino. A pregação de São Pedro de Alcântara fez vários infantes, príncipes e princesas de Portugal assumirem uma vida de penitência; alguns fizeram voto de castidade, muitos se converteram — todos eles detentores do poder na época.
Pois bem, este santo, que soube evangelizar tão bem num ambiente aparentemente hostil às renúncias, como é o dos requintes da corte, soube arrebatar as almas a Deus pelo amor a Jesus e à pobreza.
Como nós precisamos de um intercessor assim! Como nós precisamos de um São Pedro de Alcântara que, lá do Céu, interceda pelo Brasil, para que os nossos dirigentes, de fato, saibam lutar pelo bem comum, e não pelo bem próprio. Precisamos de políticos de bem, e não políticos de bens; precisamos de gente que se coloque diante de Deus disposta a viver uma vida de pobreza pessoal pelo bem da nação. Por isso, se São Pedro de Alcântara já não for padroeiro do Brasil — mas creio que ainda o seja —, deveria sê-lo novamente!
Estamos disponibilizando aqui o Formulário da Missa de São Pedro de Alcântara, tirado do Missal franciscano. Podemos mostrar aos sacerdotes que queiram praticar essa devoção, a fim de que encomendem o nosso país à intercessão de tão grande santo, que converteu os políticos da sua época. Que ele interceda para que nós também consigamos converter os políticos do nosso tempo.
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