CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Texto do episódio

Texto do episódio

imprimir

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 18, 21-19,1)

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.

Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.

O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’

O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.

Jesus fala-nos no Evangelho de hoje a respeito do perdão, que a ninguém, por maior que sejam suas dívidas, devemos negar: “Senhor”, pergunta-lhe Pedro, “quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”, ao que Ele responde: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Ora, a dificuldade maior que têm as pessoas em perdoar se deve, antes de tudo, à soberba: não perdoam porque veem só o que lhes é devido, mas não o que elas mesmas devem; indignam-se com as ofensas recebidas, mas esquecem sem demora as ofensas praticadas; têm a memória pronta para lembrar o quanto lhes fizeram mal, mas não se recordam nunca de que foram elas, quando ainda eram inimigas de Deus, as primeiras a ser perdoadas (cf. Rm 5, 10). Assim somos nós, rápidos em lembrar o que nos é devido, lentos para reconhecer os benefícios que por pura liberdade Deus nos concedeu. Somos demasiado suscetíveis, apegados às nossas emoções e à honra que julgamos possuir; estamos a todo instante mordendo e remoendo, numa sorte de inferno interior, a menor palavra mal colocada, qualquer olhar atravessado, todo gesto que nos tenha ferido de um modo ou de outro. A tal ponto a soberba se apodera de nós que, crendo-nos o centro do mundo, nos tornamos incapazes de reconhecer que, mais do que vítimas, somos autores de grandes injustiças não só contra o próximo, mas contra Deus. Que Ele, cuja lei tantas vezes quebramos, se digne purificar nossa memória, fazendo-nos ter continuamente presente quão pouco nos é devido e o muito que devemos: “Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós […]. Quando éramos ainda inimigos”, objetos da ira divina, “fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Rm 5, 7.10).

Material para Download
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos
Comentários 0
Mais recentes
Mais antigos