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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17, 1-6)

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

Neste dia 11 de novembro, celebramos a memória de São Martinho de Tours, e no Evangelho de hoje, cujo tema é o perdão e a fé, Nosso Senhor nos revela que, se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, diríamos a uma amoreira, árvore de raiz profunda, que se arrancasse da terra se plantasse no mar, e ela nos obedeceria. São, portanto, dois grandes milagres: o ato de arrancar-se e o de plantar-se.

A imagem significa que vivemos arraigados na realidade carnal, excessivamente ligados às coisas do mundo. Somos como uma amoreira, presa ao fundo da terra. Ora, Jesus não quer que vivamos na carne, mas no espírito, de forma que possamos dizer: “Vivo, mas não eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). 

Na prática, temos de nos desvincular de toda mentalidade carnal e enraizar o nosso coração no amor de Cristo, depositando nele nossas esperanças, e assim viver as máximas evangélicas, como o arrependimento e o perdão. Eis por que os Apóstolos suplicam a Jesus: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5), sem a qual é difícil, quando não impossível, desapegar-se realmente deste mundo que passa. 

São Martinho de Tours, a quem hoje celebramos, é exemplo daqueles dois milagres. Sua carreira no exército romano era promissora; mas, tomado de amor a Cristo, Martinho deixou tudo para se tornar monge. Chegou inclusive a ser eleito bispo, ministério em que pôde demonstrar como a graça divina pode levar um homem, antes entregue a ofícios mundanos, a consagrar-se inteiramente a Deus.

Sustentados pela intercessão deste grande santo, vivamos em profundidade o Evangelho de hoje, suplicando a Deus que nos ajude a desenraizar de todo orgulho e abra nossos olhos para a caridade de Cristo, que nos amou e se entregou por nós, a fim de o amarmos e nos entregarmos a Ele.

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