Nesta aula, nós finalizamos essa exposição de caráter mais histórico sobre a formação da Bíblia Sagrada.
Vale dizer que nosso objetivo aqui não é simplesmente apresentar um curso de história da Escritura. Fizemos essa longa narrativa a fim de gravar em nossos corações que a Bíblia não é um livro comum, cujo manuscrito original podemos consultar em um arquivo. Dom Aquino Corrêa, por exemplo, escreveu um livro sob o título de “Florilegium Asceticum pro episcopis”, que pode ser consultado nos arquivos da Cúria Metropolitana de Cuiabá. Ali, podemos ver a caligrafia do autor, os erros que ele cometeu, as correções que fez etc.
Como vimos, porém, não se dá o mesmo com a Bíblia.
Mas nós acreditamos firmemente que ela é inspirada por Deus. Isso não significa que o hagiógrafo (São Mateus, por exemplo) foi tomado por um transe, ou que o Espírito Santo ditou palavra por palavra o texto do seu Evangelho. Mateus escreveu possivelmente em hebraico ou aramaico, e seu texto foi posteriormente traduzido para o grego. A inspiração divina, porém, não se limita à redação do texto, mas abrange todo o processo posterior — incluindo as traduções e a recepção pela...