Vimos na última aula que a Sagrada Escritura guarda um sentido literal e um sentido espiritual, este último desdobrando-se em outros três: o alegórico, o moral e o anagógico. Ainda não explicamos cada um desses termos, que, por isso, podem soar um tanto misteriosos. Na próxima aula, eles serão devidamente destrinchados. Por ora, o importante é entendermos que há todo um mundo de exegetas, de doutores estudiosos da Bíblia, para os quais só vale buscar nas Escrituras o seu sentido literal, histórico, arqueológico, científico, crítico etc. Todo o nosso esforço inicial, neste curso, tem consistido em compreender a posição desses intérpretes e demonstrar que ela está errada. Ou seja, temos tentado responder à seguinte pergunta: por que a Igreja Católica, ao ler a Bíblia, procura sempre o seu sentido espiritual?
Para encaminharmos a resposta, vamos ler e comentar um importantíssimo texto do então Cardeal Joseph Ratzinger; texto, aliás, que me marcou profundamente. Ele foi proferido no Congresso Internacional de Catequese, em outubro de 2002. E eu estava lá, como membro do Conselho Internacional de Catequese. Inclusive, na ocasião, fui chamado a fazer uma fala breve, coisa de...











