Esta é a primeira de uma série de aulas sobre os relatos da Paixão, grande oportunidade para nos prepararmos para a Semana Santa e a Páscoa. De fato, a meditação sobre a Paixão de Cristo é sempre muito frutuosa. Quando o filme de Mel Gibson sobre a Paixão foi lançado há mais de vinte anos — e quem ainda não assistiu deveria fazê-lo — escrevi para um amigo padre nos Estados Unidos dizendo que a Missa nunca mais seria a mesma. Afinal, na Missa celebramos o sacrifício redentor de Nosso Senhor, e o filme ajudou a tornar essa realidade mais vívida em nosso imaginário. Mas por quê, afinal, meditar sobre a Paixão? Muitos que não são católicos acham essa prática estranha, como se fosse uma espécie de masoquismo, por nos determos na dor, na tortura e na morte de Cristo. No entanto, veremos que há um profundo significado nessa contemplação.
A crucifixão, inventada na Pérsia e adotada pelos romanos, era uma forma brutal de punição, projetada para causar uma morte lenta e bastante dolorosa. Diferente da decapitação, que é rápida e indolor, a cruz simbolizava sofrimento e humilhação. Tanto é que os cidadãos romanos, como São Paulo, eram protegidos por lei desse tipo de execução. A...