Estamos concluindo nosso curso sobre os relatos da Paixão segundo os Evangelhos — a bem da verdade, nossa investigação neste curso é só o ponto de partida. A partir de agora, nossa leitura desses relatos e das Sagradas Escrituras ganhará profundidade e vivacidade renovadas. Para encerrar, gostaria de propor uma reflexão baseada no debate apresentado no livro “Jesus de Nazaré” [1], do Papa Bento XVI — a propósito, é com entusiasmo que recomendamos a leitura dessa obra de grande valor.
Essa é a obra-prima do Papa Bento XVI, fruto de um desejo de longa data. Antes da morte de João Paulo II, ele expressou a intenção de se aposentar e retornar à Alemanha para escrever esse livro, mas sua renúncia nunca foi aceita — antes de assumir a Cátedra de São Pedro, Ratzinger confidenciou a um amigo que ele chegou a pedir sua demissão ao Papa por três vezes, isso porque queria terminar a redação do seu livro. Desse modo, só conseguiu escrevê-lo como Papa. Na obra, ele não fala como Papa, senão como teólogo, buscando demonstrar que é possível apresentar racional e teologicamente a Pessoa divina de Jesus sem desconsiderar a exegese moderna, mantendo, ao mesmo tempo, a fé da Igreja. Ele...














