Seguimos com esta série de explanações acerca dos relatos da Paixão de Cristo. Como não é possível comentar detalhadamente os quatro Evangelhos, exploramos diferentes abordagens, como a visão conjunta dos sinóticos na oração do Horto e a estrutura de São Mateus. Agora, queremos analisar de perto o julgamento de Jesus por Pilatos segundo São João, pois seu Evangelho se distingue dos sinóticos tanto em conteúdo quanto em estrutura.
São João escreveu seu Evangelho após os outros três; ele trouxe uma abordagem mais concisa; porém, teologicamente elaborada. Por isso, ele é comparado a uma águia, pois seu Evangelho tem um olhar elevado e profundo. Os quatro Evangelistas são simbolizados pelos seres vivos de Ezequiel e do Apocalipse: Mateus pelo homem; Marcos pelo leão; Lucas pelo touro; e João pela águia. Essa diversidade nos Evangelhos enriquece nossa compreensão de Jesus, diferente da tentativa do “Diatéssaron”, que unificava os relatos e empobrecia, por isso, sua profundidade teológica. A historicidade, por si só, é limitada; para transmitir o significado espiritual dos eventos, os evangelistas usaram liberdade redacional no âmbito de uma base histórica.
Então,...














