Seguimos nosso curso sobre os relatos da Paixão e ainda estamos no Horto das Oliveiras, porque é ali que encontramos a chave interpretativa de tudo o que vem depois. Já analisamos os Evangelhos sinóticos de forma comparativa, exploramos o Evangelho de São João e fizemos uma pausa para uma reflexão teológica. Na última aula, falamos sobre os 1700 anos do Concílio de Niceia e que Jesus é consubstancial ao Pai. Agora, retomamos a leitura dos relatos.
Então, estamos no Horto das Oliveiras — capítulos 26 de Mateus, 14 de Marcos e 22 de Lucas. Já analisamos a cena do “Abba, Pai”, em que Mateus e Marcos seguem uma dinâmica semelhante: Jesus escolhe Pedro, João e Tiago, avança um pouco e, desfigurado, faz sua oração. Lucas, por sua vez, não menciona essa separação dos Apóstolos, mantendo os Onze juntos, mas traz detalhes únicos, como no versículo 43, onde relata que “apareceu-lhe um anjo do céu que o confortava” (Lc 22, 43).
É surpreendente que, no Horto, Nosso Senhor, o próprio Filho de Deus, seja consolado por um anjo e não pelo Espírito Santo — que conhecemos como o verdadeiro Consolador. São Lucas destaca esse detalhe, mostrando que Deus se deixa confortar por uma...