Recapitulando
O cérebro
Até aqui nosso curso se concentrou em duas etapas. Num primeiro momento, voltamo-nos para o cérebro a fim de entender por que motivo e por quais meios ele está nos deixando no estado de adicção que se observa nos usuário da internet.
A conclusão foi que nosso cérebro, criado para um estado de privação, equipado com substâncias, como a dopamina, que nos motivam à caça sob a promessa de recompensa — que é a sobrevivência mesma —, está hoje experimentando um estado de abundância. O ambiente é outro, mas o cérebro é o mesmo. Efeito disso é o tédio, e a busca frenética por prazeres imediatos surge como suposto remédio.
Conhecendo perfeitamente esse mecanismo cerebral, as redes sociais e as plataformas, tomando lições com a indústria pornográfica, passaram a nos oferecer infinitamente essas recompensas fáceis. Acontece que, devido a estratégias de defesa do próprio cérebro, o internauta, como um cracudo, vai carecendo de doses cada vez maiores para um “barato” cada vez menor. Eis o caminho, do ponto de vista físico, para a escravidão digital.
A alma
O cérebro, pois, é a causa física, corporal do problema. No entanto,...