Na segunda parte deste curso, estamos nos esforçando por ver como os conhecimentos científicos acerca do cérebro humano, sobretudo do cérebro drogadicto, são, apesar de bons, úteis e valiosos, insuficientes. Insuficientes pois, como já tivemos a chance de ver, não dão conta de explicar o fenômeno humano em sua plenitude, limitando-se apenas àquilo que há em comum entre os homens, os pombos, os ratos e os demais bichos.
Para dar prosseguimento a esses esforços, vamos agora nos concentrar num autor mencionado em aulas passadas, mas que requer uma maior atenção. Trata-se de Viktor Frankl. Pode ser que apresentá-lo, no Brasil, onde vários psicólogos seguem sua linha terapêutica, a Logoterapia, seja chover no molhado — mas vale a pena correr o risco com um pequeno resumo. Viktor Frankl, nascido em Viena, na Áustria, em 1905, foi, na sua juventude, aluno de Sigmund Freud. Com esse aclamado mestre, aprendeu que toda a dimensão que chamamos de espiritual, a nossa ligação com Deus, as virtudes, os pecados etc., não passa de uma construção humana, um produto cultural inventado por alguém e repassado, ardilosamente, de geração em geração. No fundo, o que realmente...