Se o bebê Charlie Gard tivesse recebido mais cedo o tratamento para sua doença, ele teria o potencial para crescer como um garoto normal e saudável.
Em linhas gerais, foi o que afirmaram ontem Chris Gard e Connie Yates, os pais do pequeno Charlie Gard, que há quase um ano batalhavam na Justiça pelo direito de tentarem um tratamento especial para seu filho, acometido por uma doença genética rara. Com base na recente avaliação feita por um especialista norte-americano, segundo a qual os músculos da criança já se tinham deteriorado de modo irreversível, os pais chegaram ontem, dia 24 de julho, à difícil decisão de deixar o seu filho partir.
A declaração dos pais de Charlie Gard já correu o mundo e é realmente, como disseram algumas matérias em inglês, "de cortar o coração" (heartbreaking). Quem quer que se comova, porém, com a voz embargada do pai e o desconsolo da mãe, devastados por terem que ver o seu filho morrer, não se esqueça o que provocou essa dor. Não foi simplesmente uma enfermidade grave que lhe tornou inviável a vida. Antes que a sua condição piorasse, um grupo de burocratas — médicos e juízes, em grande parte — arrogou para si o direito de decidir o futuro de Charlie, impedindo que ele saísse do hospital em que se encontrava e atropelando a vontade de seus pais de lutar pela vida e pela saúde de seu filho.
Por isso, neste início de semana, o mundo assiste não só à morte de uma criança, mas também à triste vitória do Estado contra a família; à triste vitória da "cultura da morte", em última instância, contra a própria dignidade humana.
Esses pais que perderam o seu filho, infelizmente, não foram nem serão os primeiros. Há um movimento global se aproveitando da crise em que vivem muitas de nossas famílias para enfraquecer o pátrio poder, quando não para extingui-lo por completo. Nesse caso em particular, a intervenção descabida do Estado provocou a morte de Charlie. Na Noruega, porém, já há algum tempo, famílias estão perdendo sem mais nem menos a guarda de seus filhos e, em outros tantos lugares do mundo, quantos pais já não perderam as suas crianças, por exemplo, para a educação sexual permissiva que lhes é ministrada nas escolas!
A batalha pela vida dessa criança específica, Charlie Gard, está chegando ao fim. Mas a guerra que já agora precisamos travar, enquanto família, para resistir à intromissão estatal em nossas casas, essa só está começando.
Por isso, não deixem a memória de Charlie Gard morrer. Que o seu exemplo sirva para nos lembrar os sacrifícios que precisaremos fazer, no mundo moderno, pela sobrevivência e salvação eterna de nossos filhos.
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