Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 31-35)
Naquele tempo, Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”.
Texto do episódio:
No Evangelho de hoje, Jesus nos conta duas pequenas parábolas: a parábola do grão de mostarda e a do fermento na massa.
A finalidade dessas duas parábolas é nos falar da força — em grego, “dynamis” — que existe no ato de fé. É aquilo que São Paulo nos recorda na Carta aos Romanos: “O Evangelho é uma força salvadora para aquele que crê” (Rm 1, 16), ou seja, no ato de fé nós encontramos uma força salvadora.
Mas o que é o ato de fé? É uma graça de Deus para a qual precisamos verdadeiramente nos abrir a fim de poder exercê-la, crendo naquele que nos amou infinitamente: Jesus Cristo. A fé é uma forma passiva do amor, ou seja, o amor que nos salva é aquele do qual nós fomos objeto. Deus nos amou e se entregou por nós, mas como receberemos esse amor? Apenas por meio da fé.
Vejamos pela própria experiência humana. Às vezes, podemos pôr em dúvida o amor de pessoas que nos amam quando, de repente, alguma ação delas não corresponde ao que esperávamos. É fácil enxergarmos isso quando somos as pessoas que amam, e os outros sempre ficam desconfiados de nosso amor. Ora, se eles não fizerem um ato de fé humana, confiando que as amamos e crendo no que realizamos, ninguém conseguirá colocar isso em seus corações.
Quando temos fé em um amor humano, sabemos que ele pode se enganar e nos enganar, mas quando temos fé no amor de Deus, podemos ter a certeza de que Ele nunca nos trairá, pois Ele nos ama verdadeiramente. E é através da oração que acontecerá o ato de fé exercida, onde nos colocamos diante da presença amorosa de Deus, e a fé une a nossa alma com a de Nosso Senhor Jesus Cristo. Então, crendo nisso, brota dentro de nós a “dynamis”, a força salvadora para amarmos e termos gratidão.
Quantas pessoas, ao receberem a Boa Nova do Evangelho, terminam desanimando e não realizando um ato de fé? Porque as exigências do Evangelho terminam sendo “moralistas e esmagadoras”. Dar a vida, carregar a Cruz e se sacrificar são vistas como más notícias, como se Jesus estivesse nos incomodando e querendo nos trazer desgraças.
Contudo, só pensa desse modo quem ouviu, mas não escutou; quem viu, mas não enxergou. Somente no ato de fé da oração é que vemos com que amor fomos amados e ganhamos a força do grão de mostarda, que, pequenino, produz um grande efeito, assim como o fermento, que, em pequena quantidade, leveda toda a massa. Essa é a dinâmica do Evangelho e da fé; essa é a dinâmica salvadora de Deus.




























O que achou desse conteúdo?