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A oração que contém um mistério insondável

“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais.”

Texto do episódio
1072

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 6, 7-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a rezar o Pai-Nosso. Que maravilha Deus ter descido do alto do Céu para nos ensinar a falar com Ele! 

Quem de nós, tentando rezar, já não experimentou a dificuldade de não saber o que dizer? Muitas vezes até ficamos com receio, por não saber se aquilo que pedimos será uma graça em nossas vidas ou uma “faca de ponta” para nos ferir.

Então Deus, como um pai que ensina seu filho a balbuciar as primeiras palavras, vem em nosso socorro e ensina-nos a rezar. Assim, as suas palavras ecoam em nossos corações, até que nós, movidos pelo Espírito Santo, sejamos capazes de verdadeiramente dizer algo estrondoso: “Abba, Pai”, Pai nosso. 

Santo Tomás de Aquino nos recorda que Jesus inicia a oração que Ele nos ensinou com a palavra “Pai”, porque com ela somos levados à total confiança. Se nós, com a nossa inteligência humana, ousarmos mergulhar na verdade de Deus, diante da qual nosso universo e galáxias não passam de um grão de poeira, seremos tomados por uma grande vertigem, tamanho o poder e a majestade de Cristo. Contudo, quando Deus se revela a nós como Pai, a vertigem desaparece, porque agora são os braços de Deus que nos recebem. Eis aí a oração do Pai-Nosso. 

O Salmo 8 nos ensina a dizer: “Senhor, quando olho para os céus, para a obra de vossas mãos, eu me pergunto: o que é o homem para que dele vos preocupeis? O que é o homem para que dirijais a ele o vosso olhar?” No entanto, Deus não só se importou conosco, como também se inclinou do alto do Céu e se fez homem para nos salvar, morrendo por nós na Cruz. Quando ainda éramos inimigos de Deus, o Pai nos deu a maior prova de amor que pode existir. 

Nós, como infantes — do latim infans (in + fari), isto é, aquele que não fala — não sabemos o que dizer e pedir a Deus. Todavia, São Paulo nos lembra que o Espírito Santo, com gemidos inefáveis, ensina-nos a dizer: “Abba, Pai”. Que alegria, que confiança e que abismo de misericórdia é a oração do Pai-Nosso! Meditemos hoje sobre essa oração tão bela, fazendo com que ela ecoe em nossos corações, a fim de que, dos nossos lábios mudos, brote o clamor dos filhos para dizermos: “Pai nosso que estais nos céus”.

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