Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 14,1.7-11)
Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: “Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”.
O Senhor nos dá no Evangelho de hoje uma lição sobre a humildade, virtude que vemos exemplarmente vivida em São Carlos Borromeu, cuja memória a Igreja celebra neste dia.
Consciente de seu dever, enquanto bispo e pastor, de fazer-se servo do próprio rebanho, São Carlos Borromeu assumiu como lema de seu episcopado a humilitas, e nisto seguiu de perto as pegadas do modelo de todas as virtudes: Cristo, que se esvaziou a si mesmo e se fez escravo, obediente até a morte, e morte de Cruz.
Aquele, pois, que, sem deixar de ser grande, fez-se pequeno, pôs-se a nosso serviço pela aspersão do próprio sangue, a fim de que nós, que somos menos que um nada, fôssemos purificados dos nossos pecados e apresentados diante de Deus com um espírito renovado e agradável aos seus olhos.
O Filho de homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. É o que vemos simbolizado, por exemplo, na cena do lava-pés, em que o Senhor quis significar, na noite em que ia ser entregue, o que ele havia de operar na manhã do dia seguinte. Rebaixando-se como escravo, ele será exaltado na Cruz como Rei crucificado, para lavar-nos, não com simples água, mas com o seu sangue preciosíssimo, a fim de sermos revestidos com uma alva puríssima, sem mancha nem ruga.
Ora, assim como Jesus se fez tudo para todos, assim também nós, com o auxílio da graça, estamos neste mundo para servirmos os demais e conduzi-los, com obras e orações, ao Reino que nos está preparado.
Que a Virgem Maria, a mais humilde serva do Senhor, e São Carlos Borromeu, modelo de humildade para toda a Igreja, agraciem-nos hoje com o seu patrocínio e alcancem-nos de Cristo a graça de sermos nada para nós mesmos, mas tudo para os outros.
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