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Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 5, 20-26)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.

Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.

Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.

Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

Comentando hoje o mandamento: “Não matarás”, Jesus nos explica a que se resume a lei do amor aos irmãos: trata-se de evitar tudo quanto viole a benevolência ou, em sentido positivo, de amar ativamente ao próximo como a si mesmo por amor a Deus. No Antigo Testamento, com efeito, Moisés recebera as tábuas da Lei: na primeira estavam insculpidos três mandamentos, referentes à nossa relação com o Senhor; na segunda continham-se os mandamentos que dizem respeito ao próximo. As normas da primeira tábua resumiam-se a amar a Deus de todo o coração; as da segunda consistiam, fundamentalmente, em amar aos demais como a si mesmo. Mas como, na prática, viver esse amor ao outro? Antes de tudo, é preciso querer bem a todos. Daí que “todo aquele que se encoleriza com seu irmão”, segundo as palavras de Jesus, “será réu em juízo”. Não basta, portanto, ter as mãos livres de sangue, pois o simples desejar mal a alguém já é suficiente para constituir um pecado sério contra a caridade que a todos devemos. Malquerer, praguejar, murmurar, odiar, desejar a condenação ao inferno de uma só alma, alimentar sentimentos de vingança, tudo isso é impensável na vida de quem se quer cristão. A ninguém excluamos da nossa oração, nem os que nos perseguem e fazem mal. A todos abracemos com coração generoso, pois somos todos obras de um mesmo Autor e, entre os batizados, filhos de um mesmo Pai. Que o Senhor nos conceda a graça de vermos o nosso próximo com os olhos com que Ele mesmo o vê, a fim de a todos podermos querer bem, pois sobre quem não o faz já paira a sentença eterna que o apartará para sempre do amor e da amizade divina.

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