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Como entender a parábola das minas?

“Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’”.

Texto do episódio
759

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19, 11-28)

Naquele tempo, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. Então Jesus disse:
“Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’.
Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Nós não queremos que esse homem reine sobre nós’. Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado. O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’.
O segundo chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’. Chegou o outro empregado e disse: ‘Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste’. O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. Então, por que tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil’. Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!’ Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente’”. Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

No Evangelho de hoje, Jesus continua subindo de Jericó para Jerusalém e, estando à frente dos discípulos, conta-lhes a parábola das minas. 

Essa história é semelhante àquela dos talentos em São Mateus, capítulo 25; no entanto, o valor de comparação é muito diferente. Enquanto um talento equivale a 30 quilos de ouro, cerca de cinco milhões de reais, uma mina equivale a cem moedas de prata, aproximadamente mil reais. Embora o valor seja menor, São Lucas deseja enfatizar exatamente o contraste entre o pouco que nos é confiado e a grandeza da recompensa. 

Jesus, enquanto ia a Jerusalém para ser proclamado rei, contou a história de um nobre que iria ser coroado em um país distante, mas depois voltaria para casa. Antes de partir, ele deu aos servos uma mina para cada um — aqui também há uma diferença com a parábola dos talentos, pois nela a distribuição não é igualitária —, e disse que lucrassem com aquele valor. 

Quando o nobre voltou já coroado rei, o servo bom apresentou-se diante dele e, tendo sua mina rendido dez vezes mais, recebeu do senhor o governo de dez cidades. O segundo servo rendeu menos, apenas cinco vezes, por isso recebeu do patrão o governo de cinco cidades. Já o terceiro servo não fez render nada, pois tinha guardado as moedas em um lenço por temer a severidade do senhor, e foi punido. 

Aplicando-o a nossas vidas, percebemos que a graça de Deus recebida é inicialmente pequenina; mas se nós correspondemos com generosidade, ela se multiplica extraordinariamente ainda aqui nesta terra e muito mais no Céu. Jesus nos ensina isso na parábola: os servos multiplicam a mina ainda neste mundo, e quando vem o senhor, recebem cidades para governar. 

A generosidade com que amamos Jesus aqui na terra é a proporção que Deus usará para nos recompensar no Céu. Entretanto, a desproporção do que recebem os criados por terem multiplicado o dinheiro do senhor nem se compara à caridade que Cristo tem por nós, ao nos proporcionar a verdadeira felicidade, se amarmos a Deus com toda a nossa alma.

Sejamos generosos e aumentemos a graça que o Senhor nos deu, a fim de que possamos crescer em santidade ainda aqui neste mundo e, dessa forma, sermos dignos de viver a glória de Jesus no Céu.

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