Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 12, 44-50)
Naquele tempo, Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.
Nesta última parte do Tempo Pascal, a Igreja lerá os Evangelhos da Última Ceia: os capítulos 13, 14, 15, 16 e 17 do Evangelho de São João, em que Jesus dá seu testamento de amor. O Evangelho de hoje é o capítulo 12, que nos coloca em uma situação bastante dramática para Jesus: diante de alguns gregos que querem conhecê-lo, Cristo fala de sua angústia espiritual. Seria aquele sofrimento interior que, nos evangelhos sinóticos, é narrado no Horto das Oliveiras.
Ali está um pouco o drama da angústia de Jesus, que é rejeitado, digamos assim, pelos judeus, por aqueles que são os seus. “Ele veio como luz ao mundo”, diz o Prólogo de São João, “mas os seus não o receberam. Mas àqueles que o receberam, deu a eles a capacidade de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 9.11-12). É nesse contexto dramático que nós iremos adentrar na Última Ceia, o momento da fé que divide a humanidade em dois grupos: aqueles que estão dispostos a ir com Jesus para a intimidade e, ao mesmo tempo, para a Paixão, Morte e Ressurreição, como os Apóstolos, e aqueles que o rejeitam, fugindo da Cruz.
Jesus mostra claramente no Evangelho de hoje que Ele “veio ao mundo como luz”, ou seja, como Salvador, e é a nossa rejeição que termina nos julgando e condenando ao Inferno. A felicidade ou o fracasso de nossa vida depende de seguirmos ou não a Cristo; Ele é a razão de nossa existência. Por isso, sem Jesus, podemos dizer que não temos vida verdadeira.
No encontro que teremos com Cristo por meio dos Evangelhos dos próximos dias, estará em jogo o fracasso ou a realização de nossa existência. Devemos nos questionar se estamos realmente vivendo para Cristo, que morreu e se entregou por nós.
Tomemos como exemplo os santos, pessoas que, se tirarmos Jesus de sua biografia, nada faz sentido. E quanto a nós? Caso alguém fosse escrever uma biografia nossa, será que seria verdade dizer que, deixando Jesus de fora da narrativa, nossa vida não teria sentido? Cristo é verdadeiramente a nossa vida ou é só uma nota de rodapé, sem relevância e importância?
Eis, portanto, a grande decisão que devemos tomar: “Jesus, eu quero entrar no cenáculo convosco e ser vosso amigo”.
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