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Memória de Santo Afonso Maria de Ligório

Advogado de exímia formação, Santo Afonso desenvolveu um sistema de teologia moral que, mantendo-se fiel ao espírito do Evangelho e à prática da Igreja, tem a vantagem de evitar dois extremos: o rigorismo e o laxismo.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 47-53)

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.

Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”.

Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

A Igreja celebra hoje a memória de um de seus maiores Doutores, S. Afonso Maria de Ligório, cuja inteligência e destreza em matérias jurídicas tanto serviram para fazer avançar no séc. XVIII a ciência moral e a prática dos confessores. Advogado de exímia formação, S. Afonso decidiu abandonar a carreira após oito anos sem perder uma só causa e, discernindo a fundo sua verdadeira vocação, consagrar-se inteiramente a Deus como irmão oratoriano. Sua experiência pastoral no confessionário, aliada às habilidades que adquirira como advogado, ajudaram-no a desenvolver um sistema de teologia moral (chamado equiprobabilismo) que, mantendo-se fiel ao espírito do Evangelho e à prática da Igreja, tem a vantagem de evitar tanto a) o rigorismo, que por zelo excessivo impunha às consciências um fardo que podia beirar o escrúpulo, quanto b) o laxismo, que por falta de firmeza e caridade concedia a “absolvição” a quem, muitas vezes, não estava disposto a sair do pecado. Sua obra Teologia Moral, como uma lâmpada sobre o candeeiro, é ainda hoje um monumento inigualável que, ilustrando a Igreja inteira, deve ser lido por todos os que têm o dever de guiar as almas e abrir-lhes pelo sacramento da Penitência os tesouros da misericórdia divina. Que S. Afonso Maria de Ligório, por cujos escritos foram dissipados tantos erros e esclarecidas tantas dúvidas, interceda de modo particular pelos nossos confessores, dos quais o Senhor quer servir-se como ministros do seu perdão.

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