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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 47-53)

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E ai, haverá choro e ranger de dentes. Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”. Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória de Santo Afonso Maria de Ligório. Esse santo foi um grande advogado que dedicou sua vida à perfeição de sua profissão. Apesar disso, um dia ele notou que uma das suas tantas vitórias — ele venceu todas as causas das quais se fez advogado — foi, na verdade, um fracasso, no sentido de que estava defendendo aquilo que não deveria defender. Desse modo, como era temente a Deus, deixou a sua profissão e dedicou-se a Nosso Senhor, usando sua habilidade jurídica em outro tribunal: o do confessionário. 

Quando vamos nos confessar, apresentamo-nos como réu e, ao mesmo tempo, advogado de acusação. Nós somos julgados e, ao mesmo tempo, acusamo-nos dos nossos pecados. Já o padre que está sentado no confessionário é o juiz, que emitirá um juízo em nome de Deus, com a absolvição do réu culpado. No entanto, Santo Afonso Maria de Ligório notou que, nesse tribunal, havia muita controvérsia, pois havia confessores excessivamente zelosos, que negavam a absolvição a quem não deveriam negar; e outros, extremamente laxos, que davam a absolvição a quem não deveriam dar. 

Por isso, ele resolveu usar toda a sua habilidade jurídica para desenvolver uma série de princípios morais onde, analisando a forma dos Mandamentos, as virtudes, os vícios e, ao mesmo tempo, os atos humanos internos, como a consciência e o julgamento, ele pudesse colocar nas mãos dos confessores princípios fundamentais e determinantes, para que eles pudessem bem julgar cada caso concreto. Então, é assim que Santo Afonso Maria de Ligório tornou-se o Padroeiro da Moral Católica. Ele é certamente um farol luminoso que faz com que os padres não pequem pelos dois excessos viciosos: o do rigorismo e o do laxismo. 

O excesso do rigorismo é ruim porque os sacramentos são próprios para os seres humanos, que muitas vezes precisam de um processo pedagógico e gradual. É claro que, em cada confissão, nós devemos romper imediatamente com todos os pecados mortais, com firme propósito. Mas, infelizmente, as pessoas podem cair novamente, e os confessores rigoristas, ao invés de serem pescadores de homens, podem afugentar o peixe que precisa ser pescado por Deus. Portanto, pacientemente, o bom confessor deve conduzir a alma de volta para o caminho do amor. 

Ao mesmo tempo, não é caridade nenhuma um confessor dizer que errar é humano, que tal ato não é pecado e, por isso, negar a absolvição, condenando assim o pobre infeliz que se confessou com ele a viver no egoísmo. Afinal, todos nós nascemos para a vocação sublime de amar a Deus de todo coração.

Por isso, peçamos a intercessão do grande Santo Afonso Maria de Ligório para que ele guie os nossos confessores, a fim de que consigamos caminhar para o santo desejo de Deus da vocação universal à santidade.

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