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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12, 35-38)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!”

No Evangelho de hoje, Jesus nos fala da vigilância e, para ilustrar o seu ensinamento, recorre a duas figuras que talvez resultem de difícil compreensão nos dias de hoje. Trata-se das expressões estar com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas.

Quanto à primeira, é preciso lembrar que na época de Cristo era comum trajar longas túnicas, atadas com um cíngulo à altura dos rins para facilitar o deslocamento no dia a dia, dando firmeza à caminhada e livre movimento às pernas. Nesse sentido, estar com os rins cingidos significa que a jornada de trabalho ainda não terminou; é sinal de estar a caminho, de não ter chegado a hora de desatar a túnica para se recolher à noite. No sentido em que a utiliza Nosso Senhor, a expressão designa primeiramente a vigilância com que todo fiel, perseverando nas boas obras, deve aguardar a vinda de Cristo tanto no Fim dos Tempos quanto na hora da própria morte.

Estar com os rins cingidos admite também um outro significado, mais simbólico, como sinal de contenção dos impulsos carnais. Para os antigos, com efeito, o ventre, que englobava também a região dos rins, era o lugar em que se concentravam as energias sexuais. Cingir os rins, portanto, equivale a ordenar os próprios instintos por meio da ascese, não os deixando extravasar, tomar conta da razão e desviar-nos do caminho da temperança e da fidelidade a Deus. 

 Quanto à segunda expressão, convém lembrar que a figura da lâmpada é associada muitas vezes à inteligência, a esta luz interior que nos permite enxergar o mundo e encontrar a verdade. Estar com as lâmpadas acesas, no contexto do Evangelho de hoje, expressa o cuidado de que devemos rodear a luz da nossa fé, não deixando que ela se apague, caindo nas trevas do mundo, nem que se enfraqueça pelo vento das vãs doutrinas.

Que o Senhor nos conceda a graça de cingirmos nossas paixões com o cíngulo de uma prudente mortificação e preservamos, viva e luminosa, a chama da fé: “Vigiai, pois não sabeis nem o dia nem a hora” (Mt 25, 13).

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