O site oferece aos seus assinantes um material exclusivo: o novo curso de Demonologia. Embora nas duas primeiras aulas sejam apresentadas algumas noções dogmáticas sobre o tema, a sua finalidade é dar ferramentas, em nossa vida espiritual, à luta contra o demônio.
Muitas vezes, fala-se do demônio de forma abstrata – como se ele não existisse de fato – ou com uma curiosidade frívola – chegando-se quase a cultivar uma espécie de superstição. As pessoas ficam entusiasmadas em estudar possessões, exorcismos, mas esquecem-se do combate diário travado contra Satanás. Do mesmo modo que, no ar que respiramos, existem vírus, bactérias e outros microorganismos – que, em contato com o nosso corpo, podem prejudicar-nos – e o nosso corpo se defende por meio de seu sistema imunológico, sabemos que estão “as forças espirituais do mal nos ares”[1] e, ao mesmo tempo, há instrumentos dados a nós por Deus para nos defendermos dos ataques diabólicos.
Não se pode, em nome de um malfadado otimismo, omitir o diabo das pregações, sob o risco de ocultarmos dos fiéis as armas a usar nesta batalha real, na qual está em jogo nossa própria vida.
É possível identificar esta consciência no decorrer do pontificado do Papa Paulo VI, que, embora fosse melancólico, sempre se expressava com muito otimismo. O seu discurso na última sessão pública do Concílio Vaticano II, em 1965, chega a ser escandaloso. Aquilo que ele esperava – “a doutrina teocêntrica e teológica sobre a natureza humana e sobre o mundo atrai a si a atenção dos homens, como se desafiasse aqueles que a julgam anacrônica e estranha; e tais coisas se arroga que o mundo qualificará, de início, como absurdas, mas que depois, assim o esperamos, reconhecerá espontaneamente como humanas, como prudentes e salutares, a saber: Deus existe”[2] – estava definitivamente fora da realidade.
Mas Sua Santidade, com o tempo, começou a dar-se conta da verdade das coisas: que não bastava a Igreja amar o mundo moderno, pensando que isto seria recíproco. É do final de seu pontificado que data o seu famoso discurso sobre “a fumaça de Satanás” na Igreja[3] e é também nestes anos que ele fez uma importante audiência geral sobre a última invocação do Pai Nosso – “Liberaci dal male – Livrai-nos do mal”[4]. Nesta catequese, do ano de 1972, Paulo VI apresenta com muita clareza o ensinamento católico sobre o mal, como ele é semeado no mundo e como os cristãos devem defender-se.
Também nesta época, a Congregação para a Doutrina da Fé pediu a um teólogo que fizesse um estudo de demonologia à luz da fé cristã, o qual resultou em um ótimo documento, disponível no site da Santa Sé[5].
Em suma, a finalidade deste curso não é a exposição dogmática do tema, que pode, no entanto, ser enriquecida com a leitura destes textos. O objetivo principal é atentar as pessoas para nossa condição cristã neste mundo – uma condição de batalha, de luta espiritual. Se uma pessoa se encontra em um campo de batalha, mas se comporta como se estivesse em uma colônia de férias, é bem provável que se venha a ferir. Por isso a importância de estar alerta: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé”[6].
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