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Texto do episódio
552

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 16, 1-8)

Naquele tempo, dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

Celebramos hoje a Memória de São Carlos Borromeu, modelo de pastor e bispo. São Carlos era de família nobre, e seus pais, embora vivessem em um ambiente que nem sempre brilhava pela virtude, eram realmente devotos. Por isso, Carlos pôde ser educado na piedade ainda pequeno e, sem dúvida, foi desde cedo um menino exemplar. Mesmo quando precisou concluir seus estudos num ambiente paganizado como o da universidade, permaneceu casto graças à Virgem Maria, a quem se tinha consagrado, e aos sacramentos da Confissão e da Eucaristia.

Seu tio, Giovanni Angelo de Medici, foi eleito papa, Papa Pio IV, e não tardou em trazer o sobrinho a Roma, fazendo-o cardeal. Tendo só 22 anos, Carlos não deixou o cargo subir à cabeça. Pelo contrário, ele, cada vez mais humilde e pobre, quis se entregar a Deus.

Tempos depois, seu irmão mais velho, herdeiro da família, morreu. Todos achavam que Carlos deixaria a carreira eclesiástica para se casar, uma vez que ele ainda não tinha sido ordenado sacerdote. Mas Carlos quis ser ordenado para se entregar a Deus e viver verdadeiramente a sua consagração. 

São Carlos Borromeu ajudou o tio a implementar as reformas de Trento, fez publicar as atas do Concílio, esmerou-se na confecção do Catecismo Romano e pediu permissão para finalmente tomar posse de sua diocese, Milão, cujo clero, infelizmente, encontrava-se corrompido e muito afastado do ideal de perfeição cristã que os Padres conciliares desejavam a todos os homens de Deus.

Diante disso, Carlos Borromeu tomou uma importante medida: reuniu em casa uma comunidade de sacerdotes que celebrassem Missa aos leigos que dela quisessem participar. Além disso, foi implementando na diocese diversas práticas de piedade, como a Comunhão e a Confissão frequente.

São Carlos sabia que o maior recurso de um pastor é a vida de oração e de penitência; logo, fazendo grandes sacrifícios e tendo uma vida de intimidade com Deus, conseguiu, através de sua santidade, alcançar do Senhor a graça da reforma do clero da sua diocese.

Além disso, era homem de grande caridade. Quando a peste assolou a cidade, a maioria das pessoas fugiu para o campo, mas São Carlos Borromeu permaneceu para ajudar os doentes. Vendeu o que tinha de valor no palácio episcopal e usou o dinheiro para socorrer os necessitados. Abriu a casa para os empestados, dando-lhes inclusive o próprio leito. Saía para atender os necessitados e os infectados em qualquer lugar, mesmo nos casebres mais remotos. Tudo com zelo e amor às almas.

São Carlos, nascido rico, assumiu como lema a humildade. Que este homem extraordinário, grande intercessor, sirva-nos sempre de exemplo de humildade e santidade.

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