Estamos num curso de direção espiritual; mais do que um curso, é uma oficina, uma tarefa prática para que você desenvolva a vida de devoção, sem a qual é impossível entrar no caminho de santidade. Afinal, todos os santos são devotos. Nem todo devoto é santo, é verdade, mas todos os santos são devotos. A devoção é a base da casa. Se você quer chegar à Lua, precisa desse foguete: a prontidão para fazer em tudo a vontade de Deus.
Pois bem, o que vimos até agora, em síntese? Vimos que, nos primeiros capítulos da Filotéia, São Francisco de Sales ensina o que é a vida devota, como ela é bela e universal, embora deva adaptar-se a cada estado de vida. Em seguida, ele fala da purificação da alma. Neste ponto, porém, tivemos de abrir um parêntese, a fim de suprir algumas lacunas, pois muita coisa mudou nesses 400 anos desde a morte de São Francisco.
Vimos que, desde a Revolução Francesa, as pessoas já não entendem mais que têm uma alma imortal, e, desde a revolução protestante, não sabem que a graça santificante é uma modificação real na alma, e não um ato jurídico pelo qual Deus nos perdoa, embora continuemos essencialmente os mesmos. Foram, portanto, dois...