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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 27-28)

Naquele tempo, enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Jesus respondeu: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.

Os dois versículos que compõem o Evangelho de hoje, a Igreja tradicionalmente os emprega para honrar e enaltecer a Virgem Santíssima, e é curioso notar que é a esses mesmos versículos que muita gente alheia à fé católica costuma apelar para “diminuir” a inegável grandeza de Nossa Senhora. No entanto, “muito mais felizes são”, de fato, “aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Ao pronunciar essas palavras, Jesus não rejeita o elogio que aquela mulher exaltada fizera à sua Mãe; antes, pelo contrário, serve-se dele a fim de ressaltar que, mais do que os laços de sangue, o que realmente conta é o amor e a fidelidade. “Os vínculos sobrenaturais que estabelece a graça de Deus naqueles que lhe ouvem a palavra e a cumprem são mais profundos e valiosos do que os que estabelecem naturalmente os vínculos de sangue” (A. Royo Marín, La Virgen María. Madrid: BAC, 1968, p. 30). Assim como Maria é muito mais ditosa e mais próxima de Jesus por sua plenitude de graça do que por tê-lo concebido em suas entranhas puríssimas, assim também nós somos familiares de Deus, não por pertencermos ao povo da Antiga Aliança, mas pela graça que, derramada pelo Espírito em nossos corações, nos torna efetivamente filhos adotivos do Pai. Não é a carne que nos une, mas o mesmo Batismo, a mesma , a participação na mesma natureza divina. De modo semelhante, mais do que riquezas e saúde, o que realmente nos pode fazer felizes nesta vida é amizade com Deus, é o estado de graça, é a fidelidade a Cristo. Que a Virgem Maria nos conceda hoje, por sua intercessão, a graça de finalmente compreendermos o valor da graça divina e desprezarmos os “consolos” deste desterro. Que ela nos faça, pois, bem-aventurados, não por causa dos bens terrenos, mas pela que nos abre as portas da vida eterna.

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